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Orestes, de Rodrigo Siqueira, terá pré-estreia com debate no Rio de Janeiro

Nesta quinta-feira, 17, às 19h, acontece a pré-estreia de Orestes, novo filme do diretor e jornalista Rodrigo Siqueira, no cinema do IMS-RJ, no Rio de Janeiro. O documentário investiga como a ditadura militar deixou marcas profundas nas narrativas oficiais e na subjetividade dos brasileiros. Realidade e ficção compõem um Brasil de verdades simuladas. Após a sessão, acontece um debate com o realizador e Luiz Eduardo Soares, antropólogo e cientista político. A entrada custa R$ 22,00, com desconto para estudantes e idosos, e pode ser adquirida aqui.

Em 458 a.C., Ésquilo, poeta e dramaturgo grego, encenou a trilogia Oréstia. A tragédia culmina com o julgamento de Orestes, que matou a própria mãe para vingar a morte do pai. A sua absolvição pelo júri de atenienses colocou fim ao olho por olho, dente por dente e converteu as Erínias, deusas da vingança, em Eumênides, defensoras da democracia, um marco civilizatório na cultura ocidental. Orestes, o filme, apropria-se da história de Ésquilo e promove o seu encontro com a história do Brasil. E se Orestes fosse brasileiro, filho de uma militante política e de um agente da ditadura militar infiltrado? E se, aos seis anos, ele tivesse visto sua mãe ser torturada e morta pelo pai? E se este mesmo Orestes, 37 anos depois, matasse o pai, um torturador anistiado em 1979, durante o processo de redemocratização?

O coro dessa tragédia documental à brasileira é composto por um grupo de pessoas vítimas da violência policial, vítimas da ditadura e da sociedade civil. Reunido em sessões de psicodrama, o grupo faz aflorar, sem filtros, situações e falas que normalmente não são ditas publicamente. É por meio do coro que os ritos da justiça são postos frente a frente com as paixões mais profundas do brasileiro comum, é no psicodrama que o presente olha para os traumas do passado. As feridas deixadas pelo nosso violento e muitas vezes velado ou dissimulado processo histórico, permeiam o filme. As marcas da repressão nos anos 1970 encontram as marcas da violência policial de hoje. A verdade histórica é posta em xeque, as narrativas oficiais são desconstruídas, o fato e a versão são acareados, a justiça é posta em dúvida.

(Fonte: Imprensa IMS)

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