Graham Greene, ator indicado ao Oscar, morre aos 73 anos

O ator Graham Greene faleceu nessa segunda-feira, 01, aos 73 anos. Canadense de origem indígena, o indicado ao Oscar sofria de uma doença, mas ela não foi relevada publicamente. A confirmação de seu falecimento foi veiculada pelo Deadline. Após estrear nas telonas na década de 1970, Greene atuou até seus últimos dias. A seguir, relembre sua trajetória.

GRAHAM GREENE

INÍCIO

Nascido no povo Oneida, localizado em Ohsweken, em Ontário, em 1952, Graham Greene chegou a trabalhar como desenhista técnico, operário siderúrgico e soldador. Em seguida, atuou como técnico de áudio para bandas de rock, o que aguçou seu interesse pela arte. Na década de 1970, começou a atuar profissionalmente no teatro de Toronto e, em seguida, na Inglaterra.

Em 1976 participou da oficina itinerante da Universidade de Western Ontario com a peça Wacousta. No mesmo ano, de passagem pela Ásia, debutou no cinema aparecendo em Bei Shao lin. De volta ao Canadá, debutou na TV com a série The Great Detective (1979). A partir daí, se tornou um rosto recorrente na TV e no cinema, principalmente em produções canadenses, estadunidenses e britânicas – sempre como coadjuvante.

AUGE

Greene ficou famoso a partir de 1990, quando estrelou o premiado drama épico Dança com Lobos (1990). No longa revisionista dirigido e estrelado por Kevin Costner, ele é Pássaro Esperneante, o primeiro a tentar compreender o tenente John Dunbar (Costner). Enquanto outros membros da tribo Sioux desconfiam do soldado branco, ele demonstra curiosidade e disposição para o diálogo. É ele quem abre espaço para que se estabeleça uma relação de confiança. Por sua performance, Greene foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 1991 – perdendo a estatueta para Joe Pesci, por Os Bons Companheiros.

ANOS SEGUINTES

Após o impacto de Dança com Lobos (1990), Graham Greene consolidou sua carreira nos anos seguintes com uma variedade de papéis que demonstraram tanto versatilidade quanto presença cênica marcante. Em Coração de Trovão (1992), viveu Walter Crow Horse, um policial astuto e espirituoso. Dois anos depois, em Maverick (1994), western de tom cômico estrelado por Mel Gibson, interpretou Joseph, personagem que se insere na narrativa cheia de golpes e trapaças. Já em Duro de Matar 3: A Vingança (1995), com Bruce Willis, é Joe Lambert, trazendo peso dramático a um universo dominado pela ação. E em À Espera de um Milagre (1999), adaptação do livro de Stephen King, emocionou como Arlen Bitterbuck, prisioneiro condenado à morte que tem uma despedida marcada pela espiritualidade.

Nos anos 2000, Greene seguiu presente em produções de apelo popular e crítico. Em Neve pra Cachorro (2002), emprestou humanidade e carisma a Peter Yellowbear. No ano seguinte, deu vida a Mogie Yellow Lodge em Em Busca de Identidade (2002), drama sobre alcoolismo e conflitos em uma comunidade indígena – obra que se destacou no circuito independente. Também marcou presença em um dos maiores fenômenos juvenis da década, a saga Crepúsculo, interpretando Harry Clearwater. Paralelamente à atuação, também conquistou reconhecimento em outra frente: em 2000, recebeu o Grammy de Melhor Álbum de Palavras Faladas para Crianças pelo trabalho Listen to the Storyteller.

Mais recentemente, Greene retornou ao centro das atenções televisivas ao participar da segunda temporada de Tulsa King (2024), com Sylvester Stallone. Na série, viveu Old Smoke, um “medicine man” cuja presença trazia equilíbrio espiritual e um elo com tradições indígenas em meio ao universo do crime organizado. Sua última aparição foi no longa Paige Darcy: Reluctant Detective, de 2025. Ainda há pelo menos oito projetos com Greene por serem lançados. Ele deixa a esposa, Hilary Blackmore, a filha Lilly Lazare-Greene e o neto Tarlo.

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