Godzilla vs Kong quebra recorde de bilheteria durante a pandemia
Com as bilheterias pouco expressivas nas últimas semanas, a indústria aguardava ansiosamente pelos resultados de Godzilla vs. Kong (2021) para testar o potencial de público nos cinemas durante o isolamento social. Por um lado, os números foram muito melhores do que o esperado: a produção da Warner Bros. arrecadou US$ 123 milhões no primeiro fim de semana, superando com facilidade o recorde estabelecido por Tenet (US$ 53 milhões) desde o início da pandemia.
Por outro lado, a estreia em 39 países deve seu sucesso sobretudo à China, onde faturou US$ 70,3 milhões. O título ainda não foi lançado em dois países fundamentais: os Estados Unidos, onde estreia em 31 de março (simultaneamente nos cinemas e online) e no Japão, terra de Godzilla, que acolhe o filme a partir do mês de maio. A produção também estabeleceu recordes de lançamento durante a pandemia no México (US$ 6,3 milhões), Austrália (US$ 6,3 milhões) e Rússia (US$ 5,8 milhões).
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Os resultados são equivalentes aos números de Kong: Ilha da Caveira (2017), e superiores àqueles de Godzilla 2: Rei dos Monstros (2019), ambos lançados em período de plena atividade para as salas de cinema, e contando com o circuito dos Estados Unidos durante a estreia. Em outras palavras, países como China, Coreia do Sul, Austrália e Rússia estão conseguindo suprir a demanda habitual dos blockbusters, enquanto os Estados Unidos restringem a retomada das atividades devido aos altos índices de contaminação por Covid-19.
Enquanto isso, nas bilheterias norte-americanas, o líder da semana foi o filme de ação Anônimo (2020), estrelado por Bob Odenkirk, com US$ 6,8 milhões, seguido por Raya e o Último Dragão (US$ 3,8 milhões) e Tom & Jerry: O Filme (US$ 2,5 milhões). O ranking não deve sofrer transformações significativas nas próximas semanas devido à ausência de grandes lançamentos. O próximo título de repercussão global deve ser Mortal Kombat (2021), em 16 de abril.
Bruno Carmelo
Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.