17 mai

Festival de Cannes 2023 :: Johnny Depp fala do boicote de Hollywood no tapete vermelho da Croisette

De passagem pelo tapete vermelho do Festival de Cannes 2023, Johnny Depp desdenhou do boicote que vem sofrendo em Hollywood desde que teve início o litígio público entre ele e sua ex-esposa, a também atriz Amber Heard – ele foi acusado de violência doméstica, entre outras coisas. Marcando presença na Croisette em virtude do protagonismo de Jeanne du Barry (2023), filme que abriu o evento, Depp foi questionado sobre como sente diante da falta de convites para atuar em produções norte-americanas e se sente com isso um boicote de Hollywood.

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“Me sentir boicotado por Hollywood? Você teria que ter muito sangue frio para responder algo como, ‘Não. Nada disso está acontecendo. É uma piada estranha’. Quando você é convidado a se demitir de um filme por causa de palavras flutuando no ar, sim, você se sente boicotado. Mas, na verdade, não me sinto realmente boicotado por Hollywood, porque não penso em Hollywood. É uma época estranha e engraçada em que todos adorariam poder ser eles mesmos, mas não podem. Todos devem estar alinhados com a pessoa à sua frente. Se você quer viver essa vida, desejo-lhe o melhor”.

Depp e a diretora Maiwenn Foto? Getty Images

O Festival de Cannes vem recebendo muitas críticas pelo destaque dado a Johnny Depp em sua edição 2023. Quem parece pouco preocupada com isso é a cineasta Maïwenn, que escalou o astro para seu novo filme, cujo posicionamento político diverge bastante da onda de questionamentos sobre masculinidade tóxica e afins. Recentemente, numa entrevista à Paris Match, ela criticou o discurso feminista premente na atualidade: “É uma loucura quanta estupidez se diz hoje em dia. Essas mulheres não gostam de homens, isso é claro, e estão causando danos colaterais muito sérios. Quando ouço mulheres reclamando que os homens só estão interessados ​​em suas nádegas, digo a elas: ‘Aproveite porque não vai durar!’”. Problemático é pouco, não é mesmo?

Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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