Crítica
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Sinopse
Um boneco de madeira que deseja ser um garoto de verdade. Pinóquio aprende gradativamente sobre o mundo, na base da tentativa e do erro. A coragem inerente às crianças o fará ir cada vez mais na direção de seus sonhos.
Detalhes
Direção
Roteiro
Matteo Garrone |
| Massimo Ceccherini |
Autoria
| Carlo Collodi |
Elenco
Roberto Benigni |
| Rocco Papaleo |
| Federico Ielapi |
| Massimo Ceccherini |
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|
| Gigi Proietti |
| Alida Baldari Calabria |
| Alessio Di Domenicantonio |
| Maria Pia Timo |
| Davide Marotta |
| Paolo Graziosi |
| Massimiliano Gallo |
| Gianfranco Gallo |
| Teco Celio |
| Maurizio Lombardi |
| Guillaume Delaunay |
| Claudio Gaetani |
Produção
| Paolo Del Brocco |
Matteo Garrone |
| Alainée Kent |
| Anne-Laure Labadie |
| Jean Abadie |
| Alessi Lazzareschi |
| Marie Gabrielle Stewart |
| Jeremy Thomas |
| Peter Watson |
| Andrea Zoso |
Realização
| Archimede |
| Rai Cinema |
| Le Pacte |
Trilha Sonora
| Dario Marianelli |
Fotografia
| Nicolaj Brüel |
Montagem
| Marco Spoletini |

Matteo Garrone
Roberto Benigni
O conto do boneco de madeira que sonhava em ser um menino de verdade ganha seu turno na recente onda Live Actions. O rigor técnico talvez seja um dos pontos altos dessa recente produção. O filme, como será melhor observado adiante, opta pelas diretrizes da jornada melancólica. Para esse fim, fotografia e design de produção têm execuções admiráveis. E, apesar de a computação gráfica de alto nível aproximar-se cada vez mais de um padrão esperado do que de um diferencial, a recriação do boneco de madeira é competente. Detalhes como o ranger da madeira que acompanha as movimentações do personagem bem como os vícios na dicção são cativantes. Os caminhos possíveis para recontar um clássico são inúmeros. A proposta apresentada em 2021 possibilita o desenho de algumas alternativas: a primeira poderia ser a adoção do tom fabular numa combinação não necessariamente coesa de uma multiplicidade de episódios, o elo de coesão ficaria a cargo da magia encantadora. Ou ainda, seguir linhas mais dramáticas onde a sucessão de episódios densos e fantásticos doutrinam, numa lógica linear fluida, o personagem que aventura-se e aprende às custas da tentativa e erro. O que soaria incongruente, e justamente a escolha feita nessa versão, é a combinação da fragmentação episódica aleatória com uma forte demanda melancólica: ou seja, a combinação desarmônica de elementos das duas possibilidades mencionadas. O resultado é a apatia da positividade que poderia decorrer da interação com personagens como o grilo, fada ou até mesmo o pai. Isso não seria, a princípio, um erro. O olhar sombrio é uma via possível, mas deveria ser acompanhado de uma narrativa dramaticamente amarrada, não podendo portanto se valer da irreverência conciliadora de fartos episódios fantásticos. O que se vê são passagens que fracionam o drama com a permissividade da magia, mas que não correspondem à seriedade pressuposta para envelopar o clássico. Não empolgou.