Mary e Max: Uma Amizade Diferente
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Sinopse
Uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes: Mary Dinkle, uma menina gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne, e Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso e judeu que vive com Síndrome de Asperger no caos de Nova York. Alcançando 20 anos e 2 continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e baixos da vida.
Crítica
Mary é uma garotinha australiana cheia de imaginação e inteligência. Max, um senhorzinho nova iorquino que sofre de Síndrome de Asperger, um tipo muito forte e característico de introspecção. Um dia, Mary decide enviar uma carta aleatoriamente para um endereço que encontra num catálogo. Max, num desafio à própria síndrome, responde a inusitada correspondência. Começa uma improvável amizade que se estende por mais de 20 anos. É essa a história de Mary e Max: uma amizade diferente, animação australiana de beleza ímpar.
Dirigido por Adam Elliot, ganhador do Oscar pelo curta de animação Harvie Krumpet, o filme é daquele tipo que marca o espectador e impressiona pela forma simples como lida com sentimentos muito complexos. Por trás de Mary, Toni Collette, a australiana famosa por seus papéis "melancômicos", por assim dizer. Dubladora da garota na versão original, ela dá a Mary um ar meio atrapalhado, sem perder a obstinação e a vontade de fazer do mundo o lugar dos seus sonhos. Literalmente. Max é personificado pelo sempre excelente Philip Seymour Hoffman, que transforma grunhidos e tosses em expressão de seu personagem.
A técnica utilizada na animação é o Stop Motion, que dá o conhecido aspecto de "massinha" ao filme. No entanto, o colorido é substituído por uma atmosfera cinzenta, onde só se sobressaem pastéis de amarelo e vermelhos vivos. Uma paleta de cores restrita, mas usada pelo diretor com argúcia para mimetizar o mundo interior dos personagens. Este, aliás, é um dos principais trunfos do longa: mostrar, por meio das cartas, como cada um vê o mundo. O cartaz traz um indício forte disso ao escrever "Mary" com caligrafia manual e "Max" datilografado. A forma como cada um decide escrever suas cartas diz muito sobre a relação que eles estabelecem com o outro e com o ambiente que os cerca.
Com referências que, de leve, fazem lembrar filmes como "Nunca te vi, sempre te amei", o filme se junta ao seleto panteão de animações da Pixar e do Studio Ghibli no sentido de que, mais do que agradar crianças, é capaz de emocionar e marcar fortemente adultos, com potencial para se tornar um dos seus filmes favoritos. É a prova de que uma linguagem pode dizer qualquer coisa quando bem utilizada.
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