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Sinopse

Dave é o típico adolescente nerd com dificuldades de inserção social. Um dia ele decide se tornar um super-herói, mesmo sem poderes extraordinários ou capacidades além da imaginação alheia.

Crítica

Kick-Ass: Quebrando Tudo é mais uma dentre tantas adaptações de histórias em quadrinhos, estilo que de alguns anos para cá se tornou um gênero próprio. Porém este filme é, também, muito mais do que isso. É, acima de tudo, um dos melhores já feitos tendo como premissa o universo dos super-heróis. E olha que isso significa muita coisa, afinal estamos nos referindo a um universo que abrange personagens icônicos como Batman, Homem-Aranha, Superman e os X-Men! Mas Kick-Ass, o protagonista, se difere de todos estes por dois motivos principais: sua ingenuidade e o tom pop exagerado que a narrativa assume desde o início. É como se Bryan Singer, Sam Raimi ou Christopher Nolan tivessem sido cruzados com Quentin Tarantino, Guy Ritchie ou Kevin Smith! E o resultado é muito bacana!

Talvez o principal nome por trás de Kick-Ass seja o do mega-astro Brad Pitt, que assina o longa como produtor. A participação dele foi fundamental para que essa comic ganhasse a tela grande. Mas ela é criação de outro gigante, porém de outra mídia – as Histórias em Quadrinhos: John Romita Jr. Ele, ao lado de Mark Millar, injetou um novo ânimo nos gibis de todos esses já citados e em mais uma penca de outros, como Hulk, Homem de Ferro e Demolidor, para citar alguns dos mais conhecidos. Kick-Ass nasceu como um projeto alternativo, longe das grandes editoras, e talvez por isso mesmo com muito mais liberdade e ousadia. E essa combinação não só é perfeita como explosiva e muito necessária.

Dave (Aaron Johnson) é um adolescente comum, levando uma vida ordinária em Nova York. Até o dia em que ele se pergunta: “como ninguém pensou antes em ser um super-herói?” A falta de superpoderes não parece enfraquecer sua iniciativa, até porque ele acredita que a única coisa que importa é justamente isso: força de vontade! Ou seja, querer fazer diferença na vida dos outros. Com um figurino improvisado com roupas de mergulho e botas amarelas, ele decide sair às ruas para lutar contra o crime e a injustiça. O que ele não imaginava é que acabaria se metendo no meio de uma briga de gente grande, incomodando um grande chefão das drogas (Mark Strong) e provocando o surgimento de outros justiceiros: Big Daddy (Nicolas Cage, num dos seus melhores trabalhos em muito tempo), Hit Girl (Chloë Grace Moretz) e Red Mist (Christopher Mintz-Plasse).

Com um orçamento bem abaixo dos padrões hollywoodianos, inferior aos US$ 30 milhões, Kick-Ass conseguiu faturar em todo o mundo mais do que o dobro deste valor, credenciando o diretor Matthew Vaughn a comandar sua primeira superprodução: X-Men: Primeira Classe, com previsão de estreia para 2011 e que deverá contar o início dos heróis mutantes da Marvel. E para isso ele só precisou investir numa trama descomplicada, que abusa dos clichês, mas se render a eles – ao contrário, usa-os a seu favor, com muito bom humor, uma impressionante sinceridade, violência cartunesca e uma conclusão que felizmente deixa portas escancaradas para a continuação, que se tudo der certo chega aos cinemas daqui a dois anos. Sinal de vida inteligente no fim do túnel.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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