Alabama Monroe

Crítica

Didier (Johan Heldenberg), um caubói ateu, líder de uma banda de bluegrass e tocador de banjo. Elise (Veerle Baetens), uma jovem e enigmática tatuadora, frágil e forte ao mesmo tempo. De um encontro inusitado os dois vivem uma intensa história de amor. Depois de um certo tempo juntos, nasce Maybelle (Nell Cattrysse), uma linda garotinha fruto de uma gravidez inesperada, que cresce rodeada de música e artes. O cotiano tranquilo da família se transforma quando a menina é diagnosticada com câncer.

Contado de uma maneira não-linear, o filme retrata a força e a luta da família  frente ao tratamento. Uma história de e sobre o amor pleno. Diante da situação, Didier e Elise reagem de maneiras diferentes. Ele, tenta encontrar apoio em teorias racionais e metódicas enquanto ela, recorre à religião e à superstição. As discussões entre o casal se tornam frequentes, a tristeza e o desgaste físico e emocional geram distâncias. E nos revelam como aos poucos eles perdem-se um do outro apesar desta ser a última consequência que pensariam em ter.

Diante das oposições cada vez mais frequentes, a música é um elemento chave para a narrativa. Ela é o ponto de maior união entre o casal. E potencializa de uma maneira singular e bela, o que se vê na tela, mesmo quando o momento é de uma tristeza absoluta. Nascimento, vida, morte, artes, campo e cidade, as diferenças e semelhanças são interligadas através das canções. Importante destacar também, a ótima montagem, direção de fotografia e direção de arte, elementos pontuais e coesos no filme.

Alabama Monroe, é um filme a flor da pele, intenso e ao mesmo tempo triste. Revela emoções e sentimentos humanos dolorosos. Aqueles que surgem diante dos caminhos que a vida nos dá e que não podemos escolher, pois é o destino. Aquele que muitas vezes nem o amor pode resolver.

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Iliriana Rodrigues

é formada em História pela PUCRS. Cinéfila e documentarista em formação, estudou Documentário na Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antônio de los Baños (EICTV), Cuba. Atualmente é aluna do Laboratório de Produção – Documentário de Criação, promovido pelo Cena Um e integrante da Comissão de Cinema e Vídeo do Financiarte (CASF) em Caxias do Sul.

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