Onde Assistir
Sinopse
Depois que um de seus alunos é furtado em plena sala de aula, uma professora atende à rigidez de seus princípios e começa uma jornada para descobrir e punir o responsável.
Crítica
Apesar de a Europa ser geralmente associada à sofisticação e requinte, o cinema de lá traz em si muita crítica social, com movimentos como o neorrealismo italiano e a nouvelle vague francesa. Da Bulgária chega A Lição, com uma história simples e universal que remete a reflexões sobre a natureza humana.
Nadezha (Margita Gosheva) é uma professora primária que descobre a existência de um ladrão entre seus alunos. Ela tenta fazer o culpado pelos roubos desfazer seus erros anonimamente, mas o mistério prevalece.
Em sua vida pessoal, as coisas também não estão fáceis. Sua família está endividada e corre o risco de perder a casa onde moram. O marido (Ivan Barnev, de Crianças de Cera, 2007) é um tipo inútil, o que obriga Nadezha a tomar as rédeas da situação. Ela reluta em pedira ajuda financeira ao pai (Ivan Savov, de Leste/Oeste: O Amor no Exílio, 1999), já que ela não se dá bem com a nova esposa dele (Ivanka Bratoeva), muitos anos mais nova.
É na tentativa de quitar os débitos que a protagonista adentra uma espiral de acontecimentos com tendências trágicas que inclui agiotas e outros obstáculos. Nesse ponto, A Lição testa os limites de sua dramaturgia e da paciência do espectador.
O calvário extremo de Nadezha irrita, mas é necessário. Essa tática arriscada do roteiro enfatiza a mensagem do filme e garante que a mesma seja entregue com eficiência. Com a protagonista e o público no fio da navalha, a discussão sobre pré-julgamentos é mais produtiva.
Por outro lado, o roteiro é irreparável ao equilibrar os conflitos pessoais e profissionais da Nadezha. Com sua temática social e um realismo que afasta qualquer glamour, a produção búlgara lembra os filmes dos belgas irmãos Dardenne (Dois Dias, Uma Noite, 2014).
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