20250410 agente secreto papo de cinema

Coerência. Essa é uma percepção que se estende não apenas por todo o cinema de Kleber Mendonça Filho, mas também por seus posicionamentos públicos, enquanto artista e cidadão brasileiro. Sua obra reflete muito do que ele comenta e declara em entrevistas, encontros e mesmo em suas redes sociais. O Agente Secreto é resultado desse modo de ver as coisas. É, também, o seu trabalho mais apurado e, curiosamente, também o mais arriscado até o momento. Ousadia essa que se verifica não apenas nas escolhas narrativas, mas no uso das câmeras, na combinação de atores do elenco, nas diferentes camadas de leitura que se permite, na diversidade da trilha sonora e até mesmo na opção por um título tão hermético, quanto falsamente simplista, possibilitando diferentes interpretações, que vão da mais óbvia ao profundo desdobrar de significados. O cineasta convida o espectador a seguir os passos de um homem em rota de fuga, não pelo que fez ou por algum plano futuro, mas pelo que acredita e pela pessoa que é. O Marcelo, ou Armando, de Wagner Moura, é um pouco de cada cidadão de um país em contradição. Seja no final dos anos 1970, seja nessa primeira metade do século XXI”, elabora Robledo Milani a respeito do longa escolhido para representar o Brasil no Oscar 2026. E deve ir longe, viu? Indicado ao Globo de Ouro e ao Critics Choice, premiado no Festival de Cannes e reconhecido pelo National Board of Review, eis aqui uma obra da qual todo mundo está falando, e seguirá, por muito tempo ainda, e pelos melhores motivos possível!

 

NOTA MÉDIA: 9,3 / 10

 

<<< RELEMBRE O TÍTULO ANTERIOR <<<

>>> CONFIRA O PRÓXIMO DA LISTA >>>