“O contraste entre a leveza da dança e a rigidez da prisão emocional de Rosa é um dos pilares do enredo de Milonga. Enquanto o tango é movimento, relação, interação, a casa onde Rosa viveu é sinônimo de silêncio, confinamento e solidão. Ela carrega as marcas de maternidade difícil e de vida marcada pela violência doméstica, sendo mulher que, ao mesmo tempo, tenta escapar e permanece cega ao caminho que pode conduzi-la para fora do labirinto. O roteiro habilmente traça a representação de uma senhora em constante luta interna: de um lado, a tentativa de dar passos em direção à liberdade (inclusive com gestos pequenos, como calçar os sapatos de salto alto vermelho que ela aprecia), e de outro, a resistência dolorosa de quem foi endurecida pela vida. No decorrer das relações, o filme faz os espectadores reverem o espelho de suas próprias mães, figuras de força, mas também de fragilidade, que resistem a se abrir para a vida e, ao mesmo tempo, são movidas por anseio que não sabem como transformar”, afirmou o crítico Victor Hugo Furtado sobre o filme que foi o grande vencedor do 34º Cine Ceará, em 2024. Lançado originalmente no Uruguai, seu país de origem, em 2023, somente nesse ano chegou comercialmente aos cinemas brasileiros. E o resultado desse sensível drama estrelado por Paulina Garcia e Cesar Troncoso mais do que justificou tamanha espera.
NOTA MÉDIA: 8,0 / 10
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