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6 Graus :: Trapaça (2013) x Trapaceiros (2000)

Publicado por
Marcelo Müller

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O diretor David O. Russel deve estar mais do que confiante na corrida do Oscar 2014. Seu Trapaça (2013) angariou dez indicações ao prêmio da Academia, incluindo Melhor Filme, e é um dos favoritos na competição.  A história do casal de golpistas (Christian Bale e Amy Adams) que são pegos por um agente do FBI (Bradley Cooper) e obrigados a cooperar numa operação anticorrupção chegou aos EUA na reta final (literalmente, estreou quando 2013 estava prestes a terminar) e conquistou público e crítica, arrecadando, até o momento, cerca de 135 milhões de dólares.

Outro filme de golpistas, que não fez tanto sucesso, na verdade, é Trapaceiros (2000), de Woody Allen. Estreando no início dos anos 2000, o longa é uma comédia despretensiosa do diretor e roteirista sobre uma trupe de, obviamente, trapaceiros que alugam a loja ao lado de um banco para roubar todo o dinheiro possível através de um túnel que liga os dois locais. Apesar da carreira tímida nos cinemas, o filme conseguiu indicar seu elenco para algumas premiações, especialmente Tracey Ullman, lembrada no Globo de Ouro da época.

Além de ambos os filmes serem estrelados por trambiqueiros, quais as outras ligações dos dois longas? A equipe do Papo de Cinema resolveu investigar e mostra aqui os seis graus de separação entre Trapaça Trapaceiros.

 

1. Trapaça (2013)
Dirigido por David O. Russel, Trapaça, um dos fortes candidatos ao Oscar 2014, fala a respeito de uma dupla de trapaceiros obrigada a colaborar com o FBI se quiser amenizada sua pena por fraude. Ótima trilha sonora, reconstrução de época caprichada e um time afiado de atores. E o maior destaque deste elenco recheado de boas atuações é Christian Bale.

2. Império do Sol (1987)
O hoje reconhecido Christian Bale iniciou sua carreira sob a batuta de Steven Spielberg em Império do Sol, na pele do garoto inglês de 11 anos que mora em Xangai com os pais e que, após ataque, é confinado num campo de concentração japonês, isso durante a Segunda Guerra Mundial. O filme é baseado no romance semi-autobiográfico de J. G. Ballard.


3. Crash – Estranhos Prazeres (1996)
J. G. Ballard também ficou famoso entre os cinéfilos por ser o autor do livro no qual foi inspirado o filme Crash – Estranhos Prazeres. A trama trata de pessoas que se excitam em meio a batidas de automóveis, num cruzamento entre sexo e morte. É uma das realizações mais importantes do cineasta canadense David Cronenberg.

4. A Mosca (1986)
Cronenberg sempre buscou em seus filmes tratar das mudanças do corpo, das múltiplas possibilidades à nossa carcaça de carne e osso. Nesse tocante, A Mosca, sobre um cientista fundido geneticamente com uma mosca, é emblemático dentre suas realizações. O protagonismo coube ao ator Jeff Goldblum.


5. Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977)
Muita gente associa Jeff Goldblum apenas a Jurassic Park (1993), filme pelo qual ficou conhecido em níveis globais. Mas basta uma rápida pesquisa na internet para constatar a versatilidade desse ator que, inclusive, tem papel de relativo destaque num clássico – podemos dizer – moderno: Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, dirigido por Woody Allen.

6. Trapaceiros (2000)

O mesmo Woody Allen é responsável por Trapaceiros, comédia na qual interpreta o bandido pé-de-chinelo que, de maneira insólita, fica rico em virtude do sucesso do negócio de fachada que criou para encobrir o desenrolar de um crime. Os trapaceiros de Woody Allen são “vítimas” do acaso e não necessariamente beneficiários da própria inteligência.

 

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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