Esta é mais uma história sobre perdas de entes queridos. Neste, que é o quarto curta-metragem do jovem Giordano Gio – ou seja, estamos diante de alguém experiente no formato – o jovem Hermes se isola em seu frígido e silencioso sótão na esperança de decifrar a mente tempestuosa de seu avô, que se suicidou recentemente. Deste homem que pensava além da mente e daquilo ao seu alcance, Hermes herdou o nome e a impertinência. Com seu melhor amigo agora morto, ele foca seus estudos no ano de nascimento do suicidado: 1947. O quanto o ano de nascimento pode influenciar cada um? Esta é a proposta inusitada do cineasta, que nem sempre parece atingir todas as notas possíveis. Por um lado, há uma colagem de referências e impressões que desperta a curiosidade, mas ressente-se de uma liga que os una além do óbvio. João Pedro Prates, como o protagonista, carrega o filme nas costas em seus silêncios e expressões que muito dizem com o pouco que está a seu alcance. Ele está no alto, distante da vida, do cotidiano, da realidade. Mas conseguirá se manter assim por muito tempo? Uma inserção ex-machina parece alterar a conclusão deste conto de amargura e abandono, mas seria exatamente assim? O final, enfim, pode ser apenas outro começo.
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