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A escritora, roteirista e diretora Francisca Libertad está estreando na mundo literário com “Se Acaso Numa Curva” (DarkSide Books), um romance autodiegético ambientado no Rio de Janeiro dos anos 1990. O livro, inspirado em episódios reais de sua adolescência em Santa Teresa, narra a jornada de Dora, de 15 anos, que transita entre o asfalto e o morro – embalado por bailes funks, tráfico emergente e tensões sociais – e se envolve emocionalmente com Léo, o “Samurai”, gerente do tráfico local. Mesclando memória e ficção, Libertad bebe da experiência como assistente de direção em Hollywood e passagem pela TV Globo para construir uma narrativa de ritmo cinematográfico, marcada por cortes secos e diálogos impactantes.

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Se Acaso Numa Curva, de Francisca Libertad
Se Acaso Numa Curva“, de Francisca Libertad

E Francisca Libertad conversou com o Papo de Cinema, de maneira remota. A seguir, fique com um trecho desse bate-papo e, em seguida, a versão em vídeo!

FRANCISCA LIBERTAD 

A conversa começou com uma provocação inspirada no material de divulgação do livro: “Se Acaso Numa Curva” é uma jornada autobiográfica. Mas em que medida Dora, a protagonista da obra, é também a própria Francisca Libertad? A autora respondeu com franqueza: “confesso que, na verdade, eu utilizei a Dora muito como um disfarce. Porque esse foi um livro que eu escrevi em 2008, quando eu morava nos Estados Unidos”. Na época, ela trabalhava como assistente de direção em Hollywood e ainda não se sentia totalmente segura como escritora.

Achava a história muito relevante porque foi o que eu vivia. Aos 15 anos eu me apaixonei por um traficante assassino que gostava de cortar pessoas em pedacinhos. E eu fui viver isso”, revelou. “Então, eu achava que tinha uma relevância muito mais como reflexo de uma era do que como uma história pessoal minha”. Segundo Libertad, o romance se constrói sobre a tênue fronteira entre lembrança e invenção. “Basicamente, cena a cena são transcrições das minhas memórias — claro, ficcionalizadas”.

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