Esta sexta edição trouxe grandes mudanças ao Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro! Além das treze categorias instituídas até a edição anterior, quatro novas foram criadas, sem falar na de Melhor Roteiro, que foi dividida em duas: Original e Adaptado. A partir deste ano são entregues 18 Guaranis – ou 17, uma vez que não houve ninguém apontado como Revelação. Com o acréscimo de categorias, novos recordes de indicações foram estabelecidos. E o campeão de 2000 foi a superprodução infantil Castelo Rá-Tim-Bum, de Cao Hamburger, finalista em 12 categorias! Mas o grande vencedor foi um longa bem mais discreto: Cronicamente Inviável, de Sérgio Bianchi, que recebeu apenas quatro indicações, mas ganhou nas três mais importantes: Melhor Filme, Roteiro Original e Edição! Os filmes mais premiados do ano, no entanto, não somaram muito mais do que isso. Castelo Rá-Tim-Bum e Eu Tu Eles receberam, cada um, cinco Guaranis. O primeiro foi consagrado como Melhor Atriz Coadjuvante (Marieta Severo), Figurino, Direção de Arte, Som e Efeitos Visuais. Já o segundo, saiu premiado como Melhor Direção, Ator (Stênio Garcia), Atriz (Regina Casé), Fotografia e Trilha Sonora. Dos quatorze títulos selecionados, somente mais um recebeu prêmios: O Auto da Compadecida, escolhido como Melhor Ator Coadjuvante (Marco Nanini), Roteiro Adaptado e Maquiagem.

Um novo recorde foi estabelecido em 2001, porém de modo negativo: o de pior performance toda a história da premiação! Bossa Nova, de Bruno Barreto, foi lembrado em quatorze categorias, mas acabou não sendo premiado em nenhuma! Outros que até hoje, apesar das muitas indicações, também não foram premiados a roteirista Elena Soarez, o diretor, produtor e roteirista Cao Hamburger, o diretor de arte e maquiador Marcos Flaksman, o fotógrafo Marcelo Durst, o roteirista e músico Carlos Gerbase, o técnico de som José Luiz Sasso e o técnicos em efeitos visuais Mauricio Couto Bevilaqua, todos com mais de uma indicação, porém sem nenhuma vitória. Por outro lado, a atriz Marieta Severo entrou para o seleto grupo de vencedores com três Guaranis, ao lado de Murilo Salles e Walter Salles. E o ator Marco Nanini e os produtores e roteiristas Sérgio Bianchi e Gustavo Steinberg entraram para o time com 2 Guaranis, ao lado de Matheus Nachtergaele, Marília Pêra, Caetano Veloso, Daniela Thomas, Marcos Bernstein, Walter Carvalho, Jaques Morelenbaum e Fernanda Montengro. A partir deste ano, também, todas as categorias passaram a ter cinco indicados selecionados.

 

FILME

Cronicamente Inviável, produção de Sérgio Bianchi, Alvarina Souza e Gustavo Steinberg

 

 

Indicados:

 

Pelo segundo ano consecutivo, o prêmio de Melhor Filme e o de Melhor Direção não foram para a mesma obra. Dos cinco indicados nesta categoria, Cronicamente Inviável era o com o menor número de indicações (04), mas mesmo assim saiu vitorioso. Dos concorrentes, apenas Lucy e Luiz Carlos Barreto já havia sido indicados antes – por O que é isso, companheiro? (1997), quando foram premiados.

 

 

DIREÇÃO

Andrucha Waddington, por Eu Tu Eles

 

Indicados:

 

Primeira indicação – e primeira vitória – de Andrucha Waddington. Dos cinco concorrentes, apenas Bruno Barreto havia sido indicado – e premiado – antes, por O que é isso, companheiro? (1997).

 

ATOR

Stênio Garcia, por Eu Tu Eles

 

Indicados:

 

Esta é a primeira indicação – e vitória – de Stênio Garcia. Selton Mello era o outro estreante. Os demais já haviam sido indicados antes. Esta é a segunda indicação de Antonio Fagundes (concorrera por Doces Poderes, 1997) e de Lima Duarte (indicado como coadjuvante por A Ostra e o Vento, 1998), enquanto que Matheus Nachtergaele concorria pela quarta vez – a primeira, no entanto, nessa categoria. Ele já possui dois Guaranis como coadjuvante, por O que é isso, companheiro? (1997) e por Kenoma (1998). É a primeira vez, também, que um ator recebe duas indicações no mesmo ano. Antes de Antonio Fagundes (que concorria também como coadjuvante), apenas uma atriz havia conseguido tal feito – Claudia Abreu, em 1997, quando foi indicada na categoria principal, por Guerra de Canudos, e como coadjuvante, por O que é isso, companheiro?. Curiosamente, tanto ela quanto ele perderam em ambas as disputas.

 

ATRIZ

Regina Casé, por Eu Tu Eles

 

Indicadas:

 

Está é a primeira indicação – e vitória – de Regina Casé. Tanto Amy Irving quanto Laura Cardoso também eram estreantes na premiação. Essa, no entanto, é a quarta indicação de Fernanda Torres e a segunda de Maitê Proença, e ambas seguem sem vitória. A curiosidade fica pela presença da norte-americana Irving – a primeira vez que uma atriz estrangeira é indicada nesta categoria. No entanto, a presença de artistas de fora do Brasil não é algo inédito na premiação. O canadense Henry Czerny concorreu a Melhor Ator por Jenipapo, em 1995.

 

ATOR COADJUVANTE

Marco Nanini, por O Auto da Compadecida

 

Indicados:

 

Esta foi a terceira indicação – e segunda vitória – de Marco Nanini, que já havia sido premiado, na categoria principal, por Carlota Joaquina: Princesa do Brazil (1995). Antonio Fagundes já havia concorrido antes – com as duas indicações desse ano, ele soma três lembranças ao todo – assim como Alexandre Borges e Paulo Vespúcio, ambos em suas segundas indicações. Apenas o veterano Paulo Autran era estreante na premiação.

 

ATRIZ COADJUVANTE 

Marieta Severo, por Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme

 

Indicadas:

 

Esta é a terceira indicação – e terceira vitória (!) – de Marieta Severo, que havia sido premiada antes como Melhor Atriz por Carlota Joaquina: Princesa do Brazil (1995) e como coadjuvante por Guerra de Canudos (1997). Das demais, apenas Denise Fraga havia sido indicada antes – esta é a segunda indicação dela. Ana Beatriz Nogueira, Débora Bloch e Drica Moraes são estreantes na premiação. Uma curiosidade: na primeira edição do Guarani, em 1995, Marco Nanini e Marieta Severo foram escolhidos como Melhor Ator e Atriz pelo mesmo filme, Carlota Joaquina: Princesa do Brazil. Cinco anos depois, eles são novamente premiados – ambos, no entanto, como coadjuvantes, e dessa vez, por filmes distintos.

 

ROTEIRO ORIGINAL

Sérgio Bianchi e Gustavo Steinberg, por Cronicamente Inviável

 

Indicados:

 

Sergio Bianchi acabou não levando o prêmio de Direção, mas seu saldo foi mais do que positivo: dois Guaranis, pois além do de Melhor Filme, conquistou também o de Roteiro Original. Este foi o primeiro ano em que Roteiro foi dividido em dois prêmios, Original e Adaptado. Dos demais indicados, apenas Jean-Claude Bernardet havia sido indicado antes, pelo roteiro de Um Céu de Estrelas (1998).

 

ROTEIRO ADAPTADO

Guel Arraes, Adriana Falcão e João Falcão, por O Auto da Compadecida

 

Indicados:

 

Elena Soarez tinha dupla indicação neste ano, mas acabou de mãos abanando. Quem se saiu melhor foi o trio de O Auto da Compadecida, todos concorrendo pela primeira vez – Guel Arraes ainda disputava as categorias de Melhor Direção e Filme. Andrucha Waddington também contava com tripla indicação neste ano – e se perdeu aqui, ao menos ganhou como Direção. Ou seja, todos os indicados três vezes – Andrucha, Bianchi e Arraes – foram premiados em ao menos uma categoria. Os demais indicados por aqui, inclusive o veterano Ruy Guerra, são estreantes na premiação.

 

EDIÇÃO

Paulo Sacramento, por Cronicamente Inviável

 

Indicados:

 

Esta foi a primeira indicação – e vitória – de Paulo Sacramento, que futuramente passaria a atuar também como diretor, e não apenas como montador. Todos os demais indicados estavam concorrendo pela primeira vez.

 

DIREÇÃO DE ARTE

Vera Hamburger e Clóvis Bueno, por Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme

 

Indicados:

 

 

 

FIGURINO

Verônica Julian, por Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme

 

Indicados:

 

 

FOTOGRAFIA

Breno Silveira, por Eu Tu Eles

 

Indicados:

 

Esta foi a segunda indicação – e a primeira vitória – de Breno Silveira. Ele fora indicado antes pela Fotografia de Carlota Joaquina: Princesa do Brazil (1995).

 

TRILHA SONORA

Gilberto Gil, por Eu Tu Eles

 

Indicados:

 

 

SOM

Romeu Quinto, por Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme

 

Indicados:

 

 

MAQUIAGEM

Marlene Moura, por O Auto da Compadecida

 

Indicados:

 

 

 

EFEITOS VISUAIS

Seb Caudron, por Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme

 

Indicados:

 

 

FILME ESTRANGEIRO

Beleza Americana (EUA)

 

Indicados:

 

Após falhar em 1999, o Prêmio Guarani voltou a reconhecer a categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Foi a primeira vez com cinco concorrentes, no entanto. Itália, China e Peru estão em suas primeiras indicações, enquanto que a França concorre pela segunda vez. Os Estados Unidos, no entanto, estão em sua terceira indicação – e terceira vitória! Ganharam, anteriormente, por Evita (1997) e por O Show de Truman (1998).

 

 

FILMES PREMIADOS
Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme (12 indicações): Atriz Coadjuvante, Direção de Arte, Figurino, Som e Efeitos Visuais
Eu Tu Eles (9 indicações): Direção, Ator, Atriz, Fotografia e Trilha Sonora
O Auto da Compadecida (11 indicações): Ator Coadjuvante, Roteiro Adaptado e Maquiagem
Cronicamente Inviável (4 indicações): Filme, Roteiro Original e Edição

 

FILMES INDICADOS
Bossa Nova (14 indicações)
No Coração dos Deuses (7 indicações)
Villa-Lobos: Uma Vida de Paixão (5 indicações)
Através da Janela (3 indicações)
O Dia da Caça (3 indicações)
Estorvo (3 indicações)
Gêmeas (3 indicações)
Tolerância (3 indicações)
Amélia (2 indicações)
Oriundi (1 indicação)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *