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Sinopse

Wolverine, o mais célebre personagem do universo do X-Men vai para o Japão. Logan vai descobrir que uma espada de samurai pode ser páreo para suas invencíveis garras e se vê em uma batalha épica com uma figura de seu passado, que será capaz de mudá-lo para sempre.

Crítica

Wolverine estava afastado das telonas desde 2009. Se contar que ele foi presença constante em filmes que foram lançados de três em três anos, pode até não parecer muito. Porém, com a confusão que foi X-Men Origens: Wolverine (2009), não é de se estranhar que tenha sido necessária uma pausa para refletir o melhor modo do herói voltar às telonas. Após troca de diretores, roteiristas e de como adaptar o período que Logan esteve no Japão, país onde algumas de suas melhores histórias em quadrinhos (solo ou ao lado de sua equipe) foram produzidas, coube a James Mangold e à produção executiva do próprio Hugh Jackman a missão de lançar Wolverine: Imortal nos cinemas de forma digna, respeitando o legado do mutante e entregando um ótimo filme de ação.

Ainda abalado com os eventos de X-Men: O Confronto Final (2006), Logan tem pesadelos e visões recorrentes com sua amada Jean Grey (Famke Janssen, em participação essencial). Perdido, sem objetivos e querendo morrer (algo aparentemente impossível para o próprio), ele é encontrado por Yukio (a competente Rila Fukushima) que o leva para o país nipônico a mando de Yashida (Haruhiko Yamanouchi) presidente da empresa e líder do clã de mesmos nomes que quer agradecer Logan por ter salvo sua vida no passado. A recompensa? A simples mortalidade.

É claro que há muito mais por trás desta trama, que ainda apresenta novos vilões, como a femme fatale Víbora (a belíssima russa Svetlana Khodchenkova, de O Espião que Sabia Demais, 2011), Shingen (Hiroyuki Sanada), além do ambíguo Harada (Will Yun Lee) e, como era de se esperar, Mariko Yashida (Tao Okamoto), o grande amor de Logan nas HQs. Todos fazem parte de uma narrativa que beira ao noir, com intenções e segredos sendo revelados aos poucos, algo que o roteiro escrito a seis mãos por Mark Bomback, Scott Frank e Christopher McQuarrie  faz questão de não entregar de primeira. E o melhor de tudo: este excesso de personagens nunca é tratado de forma leviana como no longa de 2009, mas sim com que todos agreguem ao conjunto da tela.

Pela primeira vez Wolverine é colocado como uma figura frágil, não apenas psicologicamente, mas também no aspecto físico. E é nisso que o longa de Mangold ganha ainda mais pontos, pois humaniza o personagem, fazendo-o se ferir de verdade e ficar à beira da morte, algo que nunca havia sido colocado em questão nos filmes anteriores. Hugh Jackman, com seus 45 anos, está em plena forma, não apenas nos músculos, mas também na atuação. O ator poderia simplesmente entrar no piloto automático com a fúria e os trejeitos do personagem, mas apresenta algo mais, uma dramaticidade muito bem vinda à história narrada.

Se o 3D não parece surtir muito efeito para quem espera que Logan salte com as garras para fora da tela, as sequências de ação e de luta não deixam a desejar. Cenas como a viagem de trem, o ataque durante um enterro e a batalha final são extremamente bem orquestradas e de tirar o fôlego. Wolverine: Imortal ainda tem uma já esperada cenas pós-créditos que remete a X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014) e que faz os fãs mais ardorosos pularem da cadeira. É o filme que Logan realmente merece. E o público também.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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