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Sinopse

Dom e Brian firmaram uma parceria que os obrigou a fugir da polícia constantemente. Escondidos no Rio de Janeiro, eles têm mais uma missão a ser cumprida e, então, ganhar a desejada liberdade. No entando, a falha ou sucesso deste trabalho não segura a sede de sangue de um empresário corrupto, que deseja vê-los mortos. Nessa luta contra o empresário e em busca de suas liberdades, a dupla enfrenta o competente agente federal Lucas Hobbs, que está à caça de Dom e Brian com uma única arma: seu instinto, já que está cada vez mais difícil distinguir mocinhos e vilões.

Crítica

A melhor decisão que os responsáveis pela franquia Velozes e Furiosos poderiam ter tomado no quinto capítulo da cinessérie foi mudar o foco dos carros tunados para uma aventura policialesca. A segunda melhor decisão? Escalar Dwayne Johnson para viver o antagonista dos anti-herois vividos por Vin Diesel e Paul Walker. Se for necessário incluir uma terceira boa escolha, podemos destacar o retorno de boa parte do elenco dos filmes anteriores, fazendo um time bastante diverso e que deve agradar em cheio aos fãs. Sem sombra de dúvidas o melhor filme da série, Velozes e Furiosos 5: Operação Rio só escorrega na longa duração e nas cenas pretensamente filmadas no Brasil, que revelam o pouco conhecimento da equipe sobre a geografia do nosso país. Mas isso, convenhamos, seria pedir demais.

Dirigido por Justin Lin, continuando na batuta depois de ter assumido a franquia a partir do terceiro filme, Velozes e Furiosos 5 tem roteiro de Chris Morgan e Gary Scott Thompson e começa exatamente de onde o anterior parou. Brian (Walker) e Mia (Jordana Brewster) engendram um plano espetacular para livrar Dominic Toretto (Diesel) da prisão, destruindo um ônibus e tudo o mais pelo caminho. Em liberdade, o trio resolve mudar de ares e partir para o Rio de Janeiro, onde cruzam caminho com o perigoso Hernan Reyes (Joaquim de Almeida) ao tentarem roubar carros de propriedade do chefão do crime. Decididos a mudar de vida, mas com necessidade de um último grande golpe para conseguirem sumir, Dom, Brian e Mia recorrem a seus inseparáveis amigos para um ousado roubo aos cofres de Reyes. Quem pode estragar os planos do grupo é o policial norte-americano Luke Hobbs (Johnson), que não poupará esforços para capturar Dom e sua trupe.

Para quem gosta de cenas de ação exageradas e com nenhuma noção das leis da física, Velozes e Furiosos 5 é o filme perfeito. Começa com um ônibus virando de ponta cabeça, passa por carros voando de um vagão de trem – em meio ao deserto (?) brasileiro – e culmina com uma grande perseguição nas “ruas” do “Rio de Janeiro” com um cofre de proporções gigantescas. É curioso notar a mudança de foco dos filmes anteriores para este. Enquanto os quatro primeiros tinham uma grande preocupação em mostrar os carros e as corridas ilegais, este envolve-se muito mais com a trama do chamado “filme de assalto”. E existe uma cena que pontua muito bem esta mudança. Em determinado momento, Toretto precisa de um carro e resolve apostar em uma corrida para obtê-lo. Em qualquer outro Velozes e Furiosos, veríamos toda a competição, os carros chegando até a linha final e o protagonista vencendo o embate. Neste, não. O corte é feito logo depois que a aposta é determinada com Dom já possuidor das chaves de seu novo possante.

Infelizmente, esta economia para o espectador não é observada em todo o longa-metragem. Com inchados 130 minutos, a história se alonga por demais, até para dar conta de tantos personagens inclusos na trama. Não existe um desenvolvimento muito grande para cada um dos amigos de Dom Toretto, mas só o fato de cada um ter de ser introduzido e explicado para quem não viu os filmes anteriores já toma boa parte do segundo ato. A melhor aparição, no entanto, não está dentro da trupe dos anti-heróis. Dwayne Johnson injeta carisma no longa-metragem fazendo um policial linha-dura, numa performance que rouba a cena sempre que aparece. É bem verdade que fazer isso ao lado de Vin Diesel e Paul Walker não é lá muito difícil. Mas a participação de Johnson é ótima para fazer frente à dupla de protagonistas.

Tentando fazer um Onze Homens e um Segredo (2001) com músculos, Velozes e Furiosos 5: Operação Rio acaba divertindo por não se levar a sério. Para os brasileiros, fica aquele gosto amargo em perceber que boa parte das cenas pretensamente filmadas em território nacional são falsas. Paisagens que nada têm a ver com a nossa geografia são colocadas lado a lado com inserts do Cristo Redentor e das praias cariocas. Para estrangeiro ver, certamente funciona. Assim como o portunhol macarrônico de alguns momentos. Mas para as platéias brasileiras, incomoda. Bem mais do que qualquer lei da física quebrada pelas peripécias furiosamente velozes realizadas pelo elenco.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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