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Sinopse

Sean Boswell é um adolescente superficial e infeliz, que usa as corridas de rua como válvula de escape. Seu envolvimento irresponsável nas corridas fez com que Sean tivesse problemas com a polícia anteriormente. Após bater com o carro, e como forma de evitar a prisão, Sean é enviado para Tóquio, onde passa a morar com seu pai. Em sua nova cidade Sean fica inteiramente deslocado até conhecer Twinkie, que lhe apresenta as corridas de drift. O drift é uma mistura de derrapagem e velocidade, que corre em circuitos bastante perigosos. Sean logo se empolga com a novidade, o que faz com que se envolva com os corredores locais.

Crítica

Sem os protagonistas Paul Walker e Vin Diesel para estrelar um novo longa-metragem, os produtores de Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio tiveram de ser criativos. O diretor taiwanês Justin Lin foi chamado para dar um novo rumo à franquia e, ainda que tenha conseguido melhorar em alguns quesitos, como as cenas de ação e as corridas em velocidade, o roteiro rasteiro de Chris Morgan atrapalha e muito, assim como a performance canhestra de Lucas Black como o protagonista, Sean Boswell. O jovem ator é tão fraco que faz qualquer um sentir falta de Diesel e Walker.

Na trama, Sean arruma encrenca com seus colegas de colégio ao participar de uma corrida e é enviado para Tóquio, para morar com seu pai. Chegando lá, se interessa por Neela (Nathalie Kelley), uma garota que, pasmem, é fanática por velocidade e está envolvida com corridas clandestinas. Ela é namorada de Takashi (Brian Tee), conhecido por todos como Drift King, um grande corredor de uma modalidade diferente de rachas, no qual o importante é saber fazer curvas fechadas – chamadas de drifts. De sangue quente, Sean desafia Takashi para um “duelo” e acaba destruindo o carro que havia pego emprestado de Han (Sung Kang). Curiosamente, em vez de ficar furioso com Sean, Han toma o rapaz como um pupilo, o ensinando a arte do drift.

Han é, sem sombra de dúvidas, o personagem mais interessante de Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio. Aliás, é possível ir além e afirmar que é o mais interessante de toda a franquia. E isso só é possível pela atuação cativante e completamente calma de Sung Kang. Sempre mastigando alguma coisa, nunca mudando seu cenho plácido, Han é uma figura que prima pelas boas companhias e observa em Sean um sujeito correto, com quem poderia começar uma amizade. Certamente, o roteirista Chris Morgan não esperava um ator tão convincente no papel, senão não criaria um desfecho definitivo para um dos destaques do filme. Isso é tão verdade que o ator foi chamado de volta em capítulos posteriores, deixando claro que os acontecimentos destas continuações eram ambientadas antes da trama de Desafio em Tóquio.

Tirando este personagem e algumas boas cenas de drift, com menos efeitos especiais (ou com trabalho digital melhor acabado) do que os dois filmes anteriores, este terceiro Velozes e Furiosos é bastante descartável. O roteiro é uma bobagem sem tamanho, com diversas coincidências e acasos felizes acontecendo para que a trama se desenrole. A história é tão fraca que faz os dois primeiros filmes parecerem muito melhores. As atuações pífias de boa parte do elenco também não ajudam em nada, fazendo com que os poucos bons atores que dão as caras pareçam incrivelmente deslocados – o que diabos Sonny Chiba está fazendo aqui?

Com direito a uma participação especial de um membro do elenco original no desfecho, Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio é uma tentativa frustrada de continuar a série de forma diferente, sem a necessidade de seguir a história dos primeiros longas. Por sorte dos produtores e dos fãs, Vin Diesel e Paul Walker resolveram retornar aos seus papéis nas demais produções e a cinessérie conseguiu emplacar alguns bons filmes e excelentes bilheterias. Se dependesse da continuidade deste terceiro capítulo, com aqueles personagens, ia ficar bastante difícil.

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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