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Sinopse

As forças imperais comandadas por Darth Vader lançam um ataque contra os membros da resistência, que são obrigados a fugir. Enquanto isso Luke Skywalker tenta encontrar o Mestre Yoda, que poderá ensiná-lo a dominar a "Força" e torná-lo um cavaleiro jedi. No entanto, Darth Vader planeja levá-lo para o lado negro da "Força".

Crítica

A trilogia original de Star Wars representa perfeitamente a estrutura da jornada do herói mítico. Todos os doze pontos estão lá. Eles se aplicam dentro de cada filme, mas também no arco completo. Em cada um dos episódios esse ciclo se repete. Porém, podemos observar que os três longas que compõem a série também são desenvolvidos a partir desse pressuposto. Em O Império Contra-Ataca, a quinta parte da hexologia que George Lucas concluiu anos depois, o herói Luke Skywalker (Mark Hamill) enfrenta alguns desses pressupostos.

Depois que o trio formado por Luke, a princesa Leia (Carrie Fisher) e Han Solo (Harrison Ford), junto com os Rebeldes, conseguem destruir a Estrela da Morte em Uma Nova Esperança (1977), eles têm que enfrentar a retaliação do Império. O que nos permite, aí sim, ver todo o poder que tanto é comentado no episódio anterior. Só que a ostensiva do Governo traz motivos que até então passam desapercebidos pelos protagonistas da trama. Darth Vader (interpretado por David Prowse e dublado pelo inigualável James Earl Jones) não busca apenas encontrar aqueles que atrasaram seus planos, mas procura aquilo que há muito tempo não sentia: a Força presente no seu oponente, o jovem Skywalker. O que no final levará a história a um dos melhores desfechos que o cinema já produziu – você sabe a que me refiro. É dentro desse contexto que Luke precisará superar alguns dos dilemas presentes na jornada do herói. No caso, (re)encontrar o mentor, compreender quem são seus inimigos, quem são seus amigos e se aproximar do objetivo.

Esse primeiro ponto é que permite a inserção de um dos personagens mais marcantes de toda a saga, proporcionando os momentos mais divertidos e edificantes do filme. A referência é a um alienígena verde e baixinho: Mestre Yoda. Enquanto Luke dá seus primeiros sinais de tendência ao Lado Negro da Força, é guiado pelo fantasma de Obi-Wan Kenobi (Alec Guinness) ao encontro daquele que também fora seu tutor. O treinamento exigido por Yoda, além de divertir com as peripécias que esse apronta, procura extrair exatamente quem é esse jovem e mostrar a ele tudo que havia dentro de si. Só que ao mesmo tempo que o aprendiz se descobre, o espectador também. Um recurso que aprofunda a perspectiva do público gerando uma imersão quase total nos dilemas do personagem. Ponto para Lawrence Kasdan e Leigh Brackett, roteiristas de O Império Contra-Ataca.

Entretanto, não é apenas Luke que um melhor desenvolvimento durante a trama. Han Solo e Leia também têm seus arcos muito bem construídos, tanto individualmente, quanto como casal. Inclusive, protagonizam um dos diálogos mais celebrados e lembrados de toda a saga: quando Leia coloca o orgulho de lado e grita "eu te amo" e Han Solo responde "eu sei". Esse é um marco que contribui decisivamente no processo de identificação com o personagem.

Visualmente, a série continua bela. Ou melhor, ainda mais. Com o sucesso do original, Lucas dispôs de mais verba, aperfeiçoou os efeitos técnicos e ainda permitiu uma visita a Horth, na Noruega, onde algumas cenas foram rodadas. Isso deu ao diretor Irvin Kershner a oportunidade de fugir um pouco do ambiente fechado dos estúdios. Tudo é maior nesse filme! Por mais que a trama se aprofunde na psique de Luke e, assim, assuma um caráter mais intimista e obscuro – este talvez seja o mais sombrio de todos os episódios – as épicas batalhas estão lá. Quer seja no espaço, entre as naves, ou no chão, entre os farrapos Rebeldes e o avançado Império, e até mesmo no homem a homem entre dois sabres de luz.

O único problema, realmente, é o seu final. Depois de todos os acontecimentos, a sensação de continuidade supera o sentimento de fechamento. Era notório que haveria mais um capítulo, mas a escolha de ligá-lo diretamente com um título que só seria lançado mais tarde prejudica a avaliação individual de O Império Contra-Ataca. Se é desconfortável para nós, que podemos apanhar a parte VI na estante de casa, imagina quem teve que esperar anos pelo lançamento de O Retorno do Jedi (1983)? A verdade, apesar de tudo, é que mais de trinta anos depois o filme continua divertido e cativante. Definitivamente, o melhor da saga.

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Eduardo Dorneles é estudante de letras, amante de cinema, literatura, HQs e mantém um blog de crônicas e contos (edorneles.blogspot.com) .
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