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Sinopse

Shrek e Fiona são intimados a receberem a benção dos pais dela no reino Tão Tão Distante. Porém, ao chegarem lá, o rei, a rainha e toda a população ficam horrorizados quando constatam que eles são ogros. Tentando ganhar a simpatia dos sogros, Shrek acaba cruzando com a Fada Madrinha, que está enraivecida por não ter sido Encantado, seu filho, quem resgatou Fiona do dragão que a guardava na torre.

Crítica

Após o estrondoso sucesso do primeiro filme, animação abraçada mesmo pela parcela ranzinza da crítica de cinema especializada, Shrek 2 é a continuação das histórias do personagem título, provindo dos livro de William Steig, que inclusive é referenciado após os créditos finais, já que morreu perto do lançamento. O filme, de Andrew Adamson, Kelly Asbury e Conrad Vernon, começa com a invasão do castelo onde outrora esteve Fiona (Cameron Diaz), pelo Príncipe Encantado (Rupert Everett), que então percebe o que aconteceu entre a nobre e o ogro.

O casal, vivendo em sua lua de mel, recebe então uma carta dos pais de Fiona, pedindo para que retornem ao Reino Tão Tão Distante, onde Shrek (Mike Myers) tem alguns entreveros com seu sogro, o Rei, dublado por John Cleese. No reino o par passa por crises ao perceberem os óbvios problemas de diferenças culturais compreendidos entre si, o que dá vazão para a ação de outros personagens vilanescos, como a Fada Madrinha (Jennifer Saunders), que indica ao monarca a contratação do Gato de Botas, personagem de Antonio Banderas que ganharia popularidade tamanha a ponto de merecer um filme solo, e que geraria no Burro Falante (Eddie Murphy) uma crise intensa de ciúmes.

Mais uma vez as melhores cenas cômicas são dos coadjuvantes, a começar pela insistência do Burro em repetir a mesma inconveniência já vista e em seus ataques de carência graças ao novo paradigma estabelecido. Se Shrek (2001) tratava de um amor impossível e de busca por identidade, o foco dramático deste é na dificuldade de convivência com a geração anterior, manifestada na briga do marido e do sogro e no receio do ogro em não se adequar àquele mundo, cedendo inclusive à tentação de sofrer uma metamorfose para tornar-se humano, igual aos mesmos que o segregam, através de uma poção mágica que muda a aparência sua e de sua amada.

Shrek 2 ousa mais em níveis de piadas, mostrando uma paródia de programa policial onde o Gato é preso e chama os guardas reais de malditos capitalistas, além de mostrá-lo portando uma erva de gato que seria um paralelo óbvio com a maconha. Além disso, o Pinóquio de Cody Cameron (que também dubla os 3 porquinhos), que tem uma participação mais importante neste, usa uma peça íntima feminina, fato que deve ter causado um certo alvoroço em plateias conservadoras mais atentas.

A estrutura dramática tem alguns pontos em comum com o filme original e, apesar de as soluções finais soarem mais piegas, o cunho de mostrar os contos de fadas sob um viés humorístico é ainda mais explorado neste capítulo, assim como os números musicais, que incluem até uma cena pós-créditos, reunindo o Burro com seu par anterior, trazendo uma boa surpresa. Shrek 2 tem uma bonita mensagem de inclusão que se torna ainda mais importante dada a idade baixa de seu público alvo.

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é Jornalista, Escritor e Editor do site Vortex Cultural (www.vortexcultural.com.br). Quer salvar o mundo, desde que não demore muito e é apaixonado por Cinema, Literatura, Mulheres, Rock and Roll e Psicanalise, não necessariamente nessa ordem.
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