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Sinopse

Depois de uma farra inesquecível em Las Vegas, Phil, Stu, Alan e Doug seguiram com suas vidas. Mas o bom e velho Stu está disposto a se casar novamente, desta vez com Lauren, e o local escolhido para a cerimônia é a exótica Tailândia. Mas o que era para ser uma simples despedida de solteiro acabou se transformando em outra aventura, só que agora num país diferente, com suas próprias regras e ainda mais marcante.

Crítica

Sabe qual é a razão de Se Beber Não Case: Parte II ser uma experiência, ao contrário das piores expectativas, tão satisfatória? Bem, primeiro porque em time que está ganhando não se mexe – e é exatamente o que acontece aqui! Afinal, este segundo filme é praticamente idêntico ao anterior! E depois porque o diretor Todd Phillips, ao lado dos roteiristas Craig Mazin e Scot Armstrong, conseguiu criar uma nova trama que, mesmo partindo dos mesmos elementos já utilizados antes, possui a capacidade de soar nova e inédita. E, assim, a curiosidade do público se renova, da mesma forma que o interesse pelo que aconteceu – e pelo que ainda pode acontecer – a esta trinca de personagens tão lesados quanto afortunados. Afinal, não é qualquer um que sobrevive duas vezes a tudo o que eles passaram!

Se em Se Beber, Não Case! (2009) quatro amigos tomavam o maior porre de suas vidas em Las Vegas nas vésperas do casamento de um deles e acordavam no dia seguinte sem a menor noção do que havia acontecido e nem do paradeiro do noivo, agora, em Se Beber Não Case: Parte II o que se passa é exatamente a mesma coisa, com pouquíssimas - porém significantes - alterações. Troque Las Vegas pela Tailândia, o desaparecido dessa vez é o irmão da noiva, e a missão dos três restantes – o galã Phil (Bradley Cooper), o atrapalhado Stu (Ed Helms) e o maluco Alan (Zach Galifianakis) – continua ser esclarecer a noite anterior e entender certas situações, como o que faz um macaco com eles, como o traficante Mr. Chow (Ken Jeong) foi parar ali, por que um bairro inteiro da cidade quer vê-los longe, como um deles foi parar com uma tatuagem a la Mike Tyson no rosto e o que fez o outro raspar completamente a cabeça? E estas são apenas as dúvidas principais, dentre tantas outras, que vão surgindo no decorrer do novo dia.

O grande diferencial de Se Beber Não Case, tanto o primeiro quanto esse segundo filme, seja o fato de ser uma comédia adulta, feita por adultos e para adultos. Parece um pouco redundante, mas essa ordem faz toda a diferença. Aqui nada é perdoado, amenizado ou tratado de forma mais branda, para não chocar os ingênuos ou desavisados. Afinal, são homens adultos envolvidos numa aventura em que o sexo, as drogas, o dinheiro e demais transgressões são questões comuns do dia a dia, sem aumentá-las ou diminuí-las além do que realmente significam. Nada é visto de forma glorificada ou, ao contrário, desprezado e subjugado. O que está na tela é o que qualquer um de nós, do lado de cá, estaríamos enfrentando se estivéssemos na mesma situação. Nada de heróis, santos ou vilões. Apenas pessoas comuns, tentando talvez um pouco além da conta viver alguns momentos realmente excitantes. Estes aqui conseguem. E como!

Dentre as novidades apresentadas em Se Beber Não Case: Parte II, algumas realmente se justificam. Talvez a melhor delas seja a sequência de meditação em que Alan os vê como crianças – afinal, essa é a idade mental dele próprio! Dentre as participações especiais, no entanto, nenhuma chega a gerar grande furor – Paul Giamatti resulta num anticlímax, Tyson é figurinha repetida, e quem é Nick Cassavetes enquanto ator? No final, o que temos é uma versão anos dois mil de uma comédia clássica dos anos 1980 - Três Amigos (1986), com Chevy Chase, Martin Short e Steve Martin - porém com mais pimenta, inconseqüência e verdadeira graça. É de doer a barriga de tanto rir. E o que importa se a piada continua sendo engraçada, mesmo que contada pela segunda vez? Se a terceira seguir na mesma linha, que venha de uma vez!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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