Crítica


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Sinopse

Um negócio atrelado a um mafioso russo dá completamente errado. Milhões de dólares ficam dando sopa por aí. E isso motiva uma verdadeira caçada: todos os principais bandidos de Londres querem a grana para enriquecer fácil.

Crítica

Rock'n'Rolla representa mais do que uma simples história de ladrões envolvidos em grandes golpes. Seu principal significado é a volta de Guy Ritchie, um realizador que teve um ótimo início, mas que após alguns tropeços andava meio em baixa. Mas apesar de ter divido a opinião da crítica e ter tido um desempenho bastante discreto nas bilheterias, este filme mostrou que ainda há fôlego neste cineasta inglês que parecia estar ficando acostumado a ser conhecido apenas como o Sr. Madonna. Mas agora, passado o casamento com a diva pop e superado às terríveis recepções aos seus dois longas anteriores – Destino Insólito (2002) e Revolver (2005) – Ritchie reencontra seu público fiel trazendo mais do mesmo, mas de forma competente e divertida. A aposta agora é que daqui pra frente tudo tenda a melhorar ainda mais.

Gerard Butler (300) é um malandro que acaba se envolvendo com um poderoso chefão inglês (Tom Wilkinson, de Conduta de Risco), que por sua vez está endividado com um mafioso russo. No meio disso tudo há um valioso quadro desaparecido, que foi parar com um roqueiro viciado que simulou a própria morte para poder curtir melhor as drogas. Há ainda um pilantra gay, uma contadora cheia de segundas intenções (Thandie Newton, de Crash) e o braço-direito do bandido britânico (Mark Strong, do recente Rede de Mentiras), que também esconde mais do que revela. Ou seja, é um verdadeiro jogo de gato-e-rato, em que cada um tem seus motivos e intenções, e nada é exposto claramente.

O grande destaque de Rock'n'Rolla: A Grande Roubada, como se pode perceber, é o roteiro engenhoso, escrito por Ritchie. Ele consegue manejar com habilidade seus personagens, colocando-os em frias inimagináveis e, ao mesmo tempo, liberando-os para as mais diversas loucuras. É notório o carinho que tem pelas figuras patéticas que desenha, ao mesmo tempo em que se diverte com cada um deles. E os atores também se entregam com dedicação aos personagens, demonstrando vigor e bastante interesse. Wilkinson é um furacão, melhor em cada novo trabalho. Butler está perfeito, e a cena de dança entre ele e Newton já nasce clássica. E outras surpresas são introduzidas aos poucos, cada uma demonstrando uma nova faceta em detalhes e informações.

Se há problemas em Rock'n'Rolla talvez seja o impressionante número de voltas que dá para, no final, não sair muito do lugar. É um filme divertido, porém não mais do que isso. E quem for esperando algo muito inovador certamente irá se decepcionar, assim como aqueles que não entrarem no clima de non sense da trama. Mas, para os demais, o encontro será com uma história ágil e moderna, com uma trilha sonora envolvente e um elenco acima de qualquer suspeita. E, claro, com um Guy Ritchie revigorado, de volta ao prumo e pronto para novas aventuras, assim como foram seus primeiros trabalhos: Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998) e Snatch: Porcos e Diamantes (2000).

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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