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Sinopse

Nick, Kurt e Dale são infelizes em seus trabalhos. A única coisa que faria a monótona rotina deles mais tolerável seria se livrarem dos seus intoleráveis chefes. Pedir demissão não é uma opção; então, com a ajuda de alguns drinks a mais e dos conselhos duvidosos de um ex-presidiário, os três elaboram um plano, aparentemente infalível, para darem um fim em seus problemas... permanentemente.

Crítica

Quero Matar Meu Chefe pode ser descrito de diversas formas, mas talvez a mais simples e direta seja: a melhor comédia da temporada. É praticamente impossível passar sem rir de uma sessão com estes três idiotas que são feitos de gato e sapato por seus patrões e, juntos, decidem fazer um acordo para que um assassine o chefe do outro. É claro que nada sai de acordo com o esperado, mas o processo até o final é extremamente hilário, principalmente devido ao elenco afinado que consegue defender diante às câmeras, com vigor e bastante comprometimento, uma história clichê e já vista diversas vezes antes.

São tantas as referências a antigos sucessos em Quero Matar Meu Chefe que chega a ser complicado sabermos por onde começar. Talvez a mais imediata seja Como Eliminar Seu Chefe (1990), outra comédia igualmente engraçada que versa sobre o mesmo tema. Mas se antes tínhamos Jane Fonda, Lily Tomlin e Dolly Parton unidas para acabar com a vida do patrão das três, conduzindo o show com brilho e muita graça, agora o destaque fica restrito aos carrascos. Ao invés de um, temos três, cada um com uma personalidade mais maquiavélica e diabólica.

Kevin Spacey é o psicopata que inferniza a vida no escritório de Jason Bateman. Jennifer Aniston (finalmente longe do ar certinho e comportado que adotou em tantas comédias românticas) é a dentista devoradora de homens que atormenta o cotidiano do auxiliar encarnado por Charlie Day. E, por fim, temos um Colin Farrell quase irreconhecível como o idiota macabro que por acaso acaba na cadeira de dono da empresa de produtos químicos em que trabalha Jason Sudeikis. Os três patetas (outra referência!) decidem seguir os conselhos do barra pesada interpretado por Jamie Foxx e partem para ação: descobrir o modo perfeito de eliminar cada um dos três chefes.

Numa comédia desse tipo, é evidente que os meios são muito mais divertidos e interessantes do que os fins. Então, se a conclusão da trama é um tanto óbvia e decepcionante, o importante é aproveitar o caminho até ela. Quero Matar Meu Chefe é daqueles filmes para se rir com o coração aberto e a mente vazia, aproveitando cada momento e esquecendo de todos os problemas do dia a dia. Muito mais eficiente que qualquer terapia, tem efeito imediato e com ótimos resultados.

Sucesso de público nos Estados Unidos, onde passou da marca dos US$ 100 milhões nas bilheterias, Quero Matar Meu Chefe serve também para mostrar que o diretor Seth Gordon não deve ser julgado apenas pelo descartável Surpresas do Amor (2008) – afinal, ele tem feito coisas interessantes no gênero desde então, como a série Modern Family (2010), por exemplo. Sem falar no trio de protagonistas, comediantes populares na televisão americana e que agora encontraram uma ótima oportunidade para também brilharem na tela grande. Sucesso mais do que merecido!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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