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Sinopse

Os Muppets estão em turnê mundial, desfrutando de teatros grandiosos lotados e toda sorte de efeitos colaterais do sucesso. Mas, logo eles são envolvidos numa intriga internacional motivada pelo criminoso Constantine.

Crítica

Uma das maiores qualidades da franquia Os Muppets foi nunca se levar a sério. Talvez por isso tanto os seus longas da década de 1980 e 1990 quanto o reboot” de 2011 sejam divertidos sem grandes pretensões. Porém, o nível de autocrítica nunca foi tão bem executado quanto em Muppets 2: Procurados e Amados, longa que chega agora aos cinemas brasileiros após uma recepção fria nos Estados Unidos. O deboche é tamanho que o número musical de abertura já fala que continuações são sempre piores que os longas originais e que não há história para contar - por isso os mesmos vão atrás de uma.

Não que Kermit (ainda mais conhecido por aqui como Caco) precisem correr muito atrás. Já reunidos, os Muppets precisam de um patrocínio para transformar seu show em uma turnê mundial. Eles se envolvem com o falso empresário Dominic Badguy (Ricky Gervais) que, na realidade, é parceiro do criminoso mais procurado e fugitivo da Rússia, Constantine – ninguém menos que um doppelgänger de Kermit, com o detalhe extra de uma pinta no rosto. Resultado: o sapo (quase) noivo de Piggy é trocado pela versão malvada e vai parar, justamente, no gulag, a prisão russa comandada por Nadya (Tina Fey, impagável em seu sotaque). E, é claro, poucos se dão conta.

Para ajudar os muppets nesta busca, entram em cena Sam Eagle (sim, o boneco mal humorado) como um agente da CIA e Ty Burrell (astro do seriado Modern Family) no papel de um burocrático agente francês que não faz hora-extra. Esta dupla inusitada rende algumas das melhores piadas do filme, assim como a obsessão de Piggy em se casar com Kermit, que ganha novos contornos com o duplo do sapo. É impagável a forma “romântica” com que a porquinha finalmente reconhece seu par durante a cerimônia de casamento. Um dos grandes acertos da série é sempre apostar nos cameos, as participações especiais de grandes nomes interpretando a si mesmos. Por isso não estranhe se ver (e rir) quando nomes como Lady Gaga, Salma Hayek, Zach Galifianakis, Tom Hiddleston, Frank Langella, Ray Liotta e James McAvoy aparecerem em cena. Inclusive há um esperto número musical de Piggy em parceria com Celine Dion, provando cada vez mais que a cantora sabe rir de si também e do próprio mega hit My Heart Will Go On, trilha de Titanic, 1997.

É uma pena que esta continuação não tenha feito uma boa bilheteria em seu país de origem, arrecadando parcos 51 milhões de dólares em comparação aos quase 90 milhões de Os Muppets (2011), diminuindo as chances da franquia continuar nos cinemas. Injusto, pois há mais risadas aqui do que no longa anterior. É claro, não faltam as famosas “morais da história”, os finais edificantes e os vilões arrependidos, mas é Muppets, aquela ingenuidade de sempre, e não há do que se reclamar ou procurar algo mais profundo. É diversão boba para pouco mais de 100 minutos. E só por ter a oportunidade de ver Caco, Piggy, Gonzo, Animal e companhia reunidos mais uma vez, já vale o ingresso.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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