Crítica


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Sinopse

A bordo da Enterprise-E, o capitão Picard e sua tripulação perseguem uma nave até uma distorção temporal que os leva à Terra do século 21. Eles precisarão fazer de tudo para evitar que os borgs assimilem os humanos do passado.

Crítica

Oitavo filme da carreira cinematográfica de Star Trek, Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato começa no século XXIV, quando a Federação é atacada pelos borgs, raça sintético-orgânica que assimila prisioneiros para evoluir. O capitão da Enterprise-E, Jean-Luc Picard (Patrick Stewart), desrespeita ordem direta de isentar-se dos esforços defensivos e, com isso, acaba num vórtex temporal direto ao passado, justo no dia anterior ao primeiro contato entre humanos e aliens. Os borgs (também levados à data icônica) pretendem alterar a história para acabar com a união entre os povos, e cabe aos esforços da tripulação mais famosa da ficção científica pop, por assim dizer, a frustração de tais planos.

Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato se desenrola em três núcleos interligados e tratados quase de maneira episódica pelo roteiro. Enquanto Picard trava batalha pessoal contra a invasão e seu primeiro comandante auxilia Zefram Cochrane (James Cromwell), humano inventor da velocidade dobra (mais rápida que a da luz) a efetuar um voo histórico, o cyborg Data experimenta trip existencial nas mãos da liderança inimiga. O filme não tem muitas complicações ou excessos de criptografia, bom para os leigos. Claro, esses menos familiarizados com a criação de Gene Roddenberry podem sentir falta de Spock e Cia, ainda mais por que a equipe da Enterprise-E não tem a mesma empatia dos comandados por Kirk.

Dirigido por Jonathan Frakes, Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato é um filme quadrado, refém da trama, sem grandes atrativos puramente cinematográficos. É muito mais impulsionado pela palavra (o dito), ressentido da falta de inventividade na construção de imagens, sons e outros elementos que ditam a produção de sentidos. Contudo, o longa entretém, explora acontecimento importante dentro da mitologia trekker de maneira acessível e com pitadas de profundidade. Nada cabeçudo. Bom lembrar: estamos com os dois pés num universo inteiramente pop.

Imprescindível o contraponto entre os seres em busca da perfeição (presos a certa consciência coletiva) e os humanos falíveis (porém dotados de livre-arbítrio). Há fragmentos políticos nessa alusão às ideologias conflitantes, assim como também são preservados os ideais de convivência harmônica entre diferentes, balizas à criação do mito Star Trek. Ainda que pesem os contras já mencionados e o visual semelhante ao dos Power Rangers, Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato é um bom produto da volúvel linha de montagem hollywoodiana. Passageiro, nada memorável, mas digno e até divertido.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

Grade crítica

CríticoNota
Marcelo Müller
6
Chico Fireman
7
MÉDIA
6.5

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