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Sinopse

Tony Stark é um industrial bilionário, que também é um brilhante inventor. Ao ser sequestrado ele é obrigado por terroristas a construir uma arma devastadora mas, ao invés disto, constrói uma armadura de alta tecnologia que permite que fuja de seu cativeiro. A partir de então ele passa a usá-la para combater o crime, sob o alter-ego do Homem de Ferro.

Crítica

Com o aumento constante da pirataria no país, as distribuidoras estão tendo que ser cada vez ousadas - e, contradioriamente, conservadoras - em suas estratégias de lançamentos. E entre os preparativos do primeiro grande blockbuster de 2008, Homem de Ferro, o estúdio responsável pelo lançamento no Brasil decidiu realizar apenas UMA exibição para a imprensa de todo o país. Esta sessão aconteceu dois dias da estréia nacional, na segunda-feira, dia 28 de abril, em São Paulo. E jornalistas e críticos de todo o país foram convidados a estarem presentes. E o resultado? É um filme legal, melhor do que se poderia esperar (se bem que as expectativas eram baixas, de qualquer forma...).

O Homem de Ferro nunca foi um personagem de muitos fãs. Os heróis mais populares das hq's sempre foram o Homem-Aranha e o Batman (coincidentemente, os dois que melhor se saíram até hoje também na tela grande). Porém, há pouco o universo de Tony Stark (alter ego do Homem de Ferro) começou a ganhar destaque durante a saga "Guerra Civil", nos gibis. A recepção, no entanto, foi controversa. Stark é o representante do Governo Norte-Americano, diretamente responsável pela morte (sim, morte!) do Capitão América e pela atual situação deplorável em que se encontra Peter Parker (o Homem-Aranha), que por influência dele decidiu revelar sua identidade secreta - algo que se arrepende amargamente. Assim, como não nutrir antipatia pelo personagem?

Outro fator neste sentido foi o elenco escolhido para a adaptação cinematográfica: qual destes atores era, ao menos no final dos anos 2000, menos carismático: Robert Downey Jr.Gwyneth PaltrowTerrence Howard ou Jeff Bridges? Difícil apontar... E, como cereja do bolo, na direção está Jon Favreau, um ator mais conhecido por ter sido namorado da Mônica numa das temporadas iniciais da série Friends! No cinema, como diretor, é responsável pelos infantis Zathura (2005) e Um Duende na Minha Vida (2003), créditos nada animadores, é preciso reconhecer. Mas, por mais estranho que tudo isso possa aparecer, Homem de Ferro funciona! É bom, divertido, engraçado e bastante movimentado. Nada marcante ou inesquecível, porém competente o suficiente para valer o ingresso e para justificar todo o alarde ao seu redor.

Algumas atualizações - mais do que necessárias - foram feitas de forma bastante propícia. Ao invés da Guerra do Vietnã (como aconteceu nos quadrinhos), o Homem de Ferro surge quando Tony Stark é sequestrado por milícias guerrilheiras no Oriente Médio. Lá, para escapar da morte certa, constrói uma armadura poderosa. Uma vez longe dali, resolve aperfeiçoar a criação, ao mesmo tempo que enfrentará a oposição do antigo sócio do pai, que é contrário a nova posição de Stark de acabar com a produção de armas na empresa de conduz. Se os atores escalados não são dos mais simpáticos, ao menos são eficientes. Downey Jr. parece se divertir do início ao fim, muito adequado ao papel, tanto nos momentos mais descontraídos quanto nos de seriedade total. Gwyneth faz pouco em cena como a ajudante apaixonada pelo chefe, mas é bela e objetiva o suficiente para comportar estes dois lados. Terrence é o militar melhor amigo sempre à disposição. Apesar de ser pouco relevante neste primeiro filme, já há dicas de que deverá ser importante nas continuações (sim, não há dúvida de que elas virão). Já Bridges, com um visual muito estranho, é o vilão perfeito, bolando artimanhas enquanto se passa como "velho conselheiro". E, quando assume a faceta do Monge de Ferro, um dos piores arquiinimigos, dá pra sentir que a luta será das boas.

Com um orçamento de quase 200 milhões de dólares, era quase impossível os efeitos especiais não serem um dos pontos fortes da produção. E é e não é. Se o próprio Homem de Ferro é impressionante, por outro lado não há como não lembrar do recente Transformers (2007), que também mostrava seres robóticos em lutas no meio de grandes cidades. O legal é que quem estava por trás das câmeras parece ter se dado conta disso logo, e quando a luta começa realmente a esquentar, tanto o Homem de Ferro quanto o Monge de Ferro tiram as máscaras, e vemos Downey Jr. e Bridges às ganhas, porém em corpos metálicos de causar arrepios. Uma ótima solução!

Primeiro filme feito pela Marvel Studios, Homem de Ferro vem pra provar que sucessos como Homem-Aranha, X-Men e Quarteto Fantástico não são fenômenos passageiros. Super-heróis são praticamente um novo gênero do cinema hollywoodiano, e não há como ignorar - só neste ano há ainda O Incrível Hulk (2008) e Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008), só para citar os mais conhecidos. Gostando ou não, eles vieram pra ficar. E se são assumidamente pipocas, como esse Homem de Ferro, o melhor é relaxar e aproveitar. Afinal, qualquer problema é só ir até a banca de revistas mais próxima e buscar uma nova inspiração!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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