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Sinopse

Cursando o último ano do colegial, Troy e Gabriella se deparam com a possibilidade da separação se escolherem faculdades distantes. Enquanto isso, trabalham num musical de primavera sobre seus anseios e projetos.

Crítica

Mais do que um filme, do que uma história de amor adolescente ou do que um musical divertido e descompromissado: High School Musical é, sim, uma das mais surpreendentes franchises a surgir no cenário hollywoodiano nos últimos anos! E a estréia deste terceiro episódio – o primeiro a ser lançado diretamente nos cinemas – prova de vez a força das ingênuas aventuras musicais dos jovens Troy, Gabrielle, Sharpay, Ryan, Chad, Taylor e Kelsi, todos agora prestes a terminar o ‘high school’ e partir para um desafio maior: o mundo adulto. Tais quais seus personagens, os atores também encaram esta nova etapa de peito aberto. Afinal, com um sucesso como esse no currículo, o que vem pela frente não deverá ser tão complicado.

E o projeto surgiu meio que por acaso. Um veterano da televisão, Kenny Ortega (conhecido por dirigir séries como Ally McBeal e Gilmore Girls) lançou a ideia para os Estúdios Disney: um musical que combinasse o frescor e a jovialidade das boy bands com o girl power, embalado numa aura que remetesse ao estilo clássico do gênero. Ou seja, garoto gosta de garota, vilões invejosos – porém incapazes de grandes maldades – se intrometem entre eles para afastá-los, mas no final tudo dá certo e os pombinhos terminam juntos, cantando a plenos pulmões o amor que sentem um pelo outro. A diferença está nos ritmos, mais dançantes, nas vozes, inexperientes, porém com potencial, e no visual, moderno, estiloso e bastante atraente.

Depois dos dois primeiros filmes, lançados em 2006 e em 2007 diretos na televisão – e que viraram fenômenos de audiência, sendo reprisados constantemente e vendendo horrores em DVD – chegou o momento de aumentar as apostas e investir pesado na série. O orçamento aumentou – US$ 33 milhões, considerado médio para Hollywood, mas enorme se comparado à televisão – os cuidados técnicos foram aprimorados, as canções foram mais trabalhadas e tudo ganhou um verniz mais profissional, mais ousado e grandioso. Mas, também, foi só isso. A trama é praticamente a mesma dos longas anteriores, sem grande inovações. Como vão se formar e cada um partir para um lado, o show escolar de final de ano deve ser ainda mais especial. E eles precisam estar mais afiados do que nunca para o adeus definitivo.

Zac Efron, o protagonista, é um novo ídolo. Ele está plenamente adequado ao papel do bom moço, astro do basquete, bom de voz e de dança. No ano passado ele já havia demonstrado bastante conforto com a tela grande em Hairspray, e parece que sua carreira será mesmo pautada pelos musicais – um dos seus próximos projetos é um remake de Footloose. A mocinha é Vanessa Hudgens, namorada de Efron na vida real, e que quase caiu fora desta seqeência quando fotos “ousadas” dela vazaram na internet. Deu um susto nos poderosos da Disney, mas nada que ameaçasse seu posto. Os dois são idolatrados por crianças e jovens de todo o mundo, e o sucesso deste filme – em um mês de exibição são quase US$ 200 milhões arrecadados nas bilheterias de todo o mundo – é uma bela prova disso.

High School Musical 3: Ano de Formatura não é tão cansativo quanto os seus antecessores, mas está longe de ser um filme memorável. Talvez isso se deva muito ao fato dele falar com um público muito específico, sem conseguir conexão com as demais faixas etárias. Mesmo assim tem canções bem envolventes – com destaque para Now or Never, I Want it All e We’re All In This Together – e vai fazer a alegria dos fãs. Os demais terão a curiosidade saciada, mas se a vontade era de ver um bom musical o melhor é esperar a próxima sessão de Mamma Mia, esse sim o grande filme do gênero de 2008!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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