Elena
Crítica
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Sinopse
Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade dos anos de ditadura militar. Deixa Petra, a irmã de sete anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena. Tem apenas pistas. Filmes caseiros, recortes de jornal, um diário. Cartas. Em todo momento Petra espera encontrar Elena caminhando pelas ruas com uma blusa de seda. Pega o trem que Elena pegou, bate na porta de seus amigos, percorre seus caminhos e acaba descobrindo Elena em um lugar inesperado. Aos poucos, os traços das duas irmãs se confundem, já não se sabe quem é uma, quem é a outra. A mãe pressente. Petra decifra. Agora que finalmente encontrou Elena, Petra precisa deixá-la partir.
Crítica
O valor sentimental e o artístico se confundem em Elena. Primeiro longa documental da diretora do premiado curta Olhos de Ressaca (2009), Petra Costa realiza uma obra que encerra uma passagem pessoal e inicia um momento profissional.
O título do filme refere-se à irmã mais velha da diretora. Filha de pai jornalista e mãe socióloga nos anos 60, o nascimento de Elena salvou o casal de militantes políticos de participar da guerrilha do Araguaia. Símbolo de vida antes e depois de vir ao mundo, a jovem viaja a Nova York com o sonho de ser atriz de cinema. Desejo, aliás, que fora da mãe. Longe da família e dos amigos, a vida americana traz uma aridez insuspeitada. O conto só é de fadas quando na televisão.
Escrito por Petra Costa e Carolina Ziskin, o documentário é uma elegia. Em seus cânticos, reconstitui a personalidade de Elena e seu percurso durante o tempo fora do país. Os meses iniciais são de expectativa e dedicação. Os ensaios exaustivos preenchem as semanas. Assim como outras tantas, Elena tem talento. As entrevistas com os estúdios acontecem. A impressão é boa, tudo parece se encaminhar. Mas as respostas não vêm. E chega o tempo da dúvida e da espera. Sozinha, ela não aguenta. Ainda é primavera quando neva em Elena.
A proposta narrativa é simples e, por isso mesmo, arriscada. O modelo permite se resumir facilmente a uma história linear, sem brilho e de interesse particular. Por sorte e talento, a diretora evita as construções tradicionais e consegue fazer com que seu filme desperte interesse e tenha vigor. A narração em off, conduzida com esmero, é uma das grandes virtudes ao dar às palavras ritmo e peso próprios de quem conhece dramaturgia. O sentimentalismo, vício esperado e nunca desejado, sente-se apenas em momentos do último ato. É certo que prejudicou o desfecho, mas de forma alguma afetou o restante da obra, quando é comedido e intensifica-se justificado na medida em que as situações se desdobram.
O farto material de vídeo da família compõe boa parte do documentário. O recurso é peça fundamental para ilustrar a protagonista ausente. A parte restante é composta por filmagens atuais realizadas no microcosmo de Elena em Nova York, como a quadra e o apartamento em que viveu. Despercebida, e nem por isso menos competente, passa a montagem de Marília Moraes e Tina Baz, que costura os pedaços da narrativa, dando fluxo e discurso às imagens.
Fragmentada nas lembranças da diretora, nos olhares da mãe, na mobília da casa e nos objetos pessoais, nasce Elena. E para um público que a desconhece, nasce também Elena com a intensidade de uma atriz a surgir a qualquer momento do fundo do palco, despertada do sono profundo. O renascimento é uma homenagem, mas também a inconsolável prestação de contas da irmã. Vinda e feita da matéria dos sonhos, Elena é a dor e a mágoa – a memória preservada em frames.
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Cruz e credo Karel, quanto erro de português em 4 linhas! Passa um corretor de texto, please! Quanto ao filme, gostei da sinopse, vou assistir!
O filme bem podia ser uma historia para ser contada em um livro ou algo mais pessoal e intimo, mas como filme foi fraco e chato. Vease o documentário Liv e Ingmar e compárese. Demasiado pessonalista e desconhece todos os códigos da narrativa cinematográfica. Além disso, não se menciona como a filhas dos guerrilheros podem bancarse uma vida de estudante em Nova Iorque, mas isso fala muito da esquerda festiva brasileira.
Lindo texto, Willian. Mas queria saber tua opinião: Elena existe/existiu?