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Sinopse

A dupla dinâmica enfrenta dois novos, e terríveis, vilões: o gélido Mr. Freeze e uma delicada botânica que, ao sofrer um acidente, transforma-se na perigosa e vingativa Hera Venenosa. Mas, para poder livrar Gotham City das garras dos bandidos, Batman e Robin contam com uma nova companheira, a Batgirl.

Crítica

Incrível como um diretor pode fazer toda a diferença em um filme. Se com Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008), Christopher Nolan nos apresentou a considerada melhor adaptação de histórias em quadrinhos no cinema, onze anos antes Joel Schumacher realizou totalmente o oposto. Sim, Batman & Robin deve estar, definitivamente, no topo das listas de piores filmes de super-heróis de todos os tempos.

Motivos não faltam para tanto “entusiasmo”. Temos um Sr. Frio, que já não era um supervilão tão aclamado assim, sendo “interpretado” pelas caras e bocas de Arnold Schwarzenegger, que se alia a uma ensandecida Hera Venenosa (com Uma Thurman se divertindo com dancinhas pseudo-sensuais) e um Bane colocado como um anabolizado completamente idiota (o lutador de luta livre Jeep Sweeson, que não tinha muito o que fazer com o personagem). Porém as coisas conseguem ser piores ainda no lado heroico: George Clooney canastrão como um Bruce Wayne feliz e saltitante disputando a cama da vilã com um chato e mimado Robin (Chris O’Donnel, que nunca mais decolou na vida) e uma Batgirl inútil (Alicia Silverstone, idem).

A cereja do bolo não foi o elenco mal escalado (confesso que até me divirto quando Uma aparece em cena), mas o clima totalmente happy days de véspera de Natal no qual Gotham City foi transformada: uma cidade mega colorida, cheia de luzes, plumas e paetês. Se alguém pretendia ver o lado dark de Batman, saiu tendo crises psicóticas após este “filme”. E o pior é que o diretor realmente achava que estava fazendo um filmaço. Tanto que em entrevistas da época declarou sacrilégios como “Bruce Wayne é rico, bonito e bem sucedido, tem mais que se divertir do que chorar a perda dos pais”. Ok, as palavras não foram exatamente estas, mas o tom e a ideia eram bem isso. Ainda bem que, um tempo depois, ele teve a dignidade de pedir desculpas pela produção.

Talvez Schumacher quisesse realmente fazer uma homenagem ao seriado dos anos 1960, em que Batman e Robin estavam mais para uma dupla de palhaços do que qualquer outra coisa. Mas vamos combinar que a própria série já não era grande coisa. Então para quê o tom nostálgico? Não à toa qualquer produção de heróis da DC Comics para o cinema foi por terra após este desastre.

Se o diretor tivesse continuado na ideia divertida, mas com aspectos sombrios, de Tim Burton nos dois primeiros filmes do homem-morcego (e que até o próprio conseguiu fazer, em parte, no terceiro capítulo, Batman Eternamente, 1995), talvez tivéssemos um filme razoável. Só que não. De tudo, resta concluir uma coisa: ainda bem que Christopher Nolan existe.

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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