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Sinopse

Ao cair da noite, Jungle Julia, a DJ mais sexy de Austin, pode enfim se divertir com as suas duas melhores amigas. As três garotas saem atraindo a atenção dos frequentadores masculinos dos bares e boates do Texas. Cobrindo de perto seus movimentos está Stuntman Mike, um rebelde inquieto e temperamental, que se esconde atrás do volante de seu carro indestrutível.

Crítica

Quentin Tarantino declarou que considerava À Prova de Morte seu pior filme. Se levarmos em conta que em sua filmografia não há título ruim, com certeza sua fala não é nenhum demérito. A observação se dá sob outro ponto de vista. O longa é simples, divertido, com um toque de megalomania (usual do diretor), mas com muita ação e ironia. E de um programa destes não há o que se reclamar.

À Prova de Morte surgiu como a segunda parte do projeto criado por Tarantino e seu amigo Robert Rodriguez e demorou três anos para ser lançado no Brasil. A homenagem aos filmes de terror B dos anos 70 exploram tudo o que se pode: violência, sexo, drogas. E é isto o que encontramos por aqui, sem ingenuidade nenhuma e com a mão de um grande diretor por trás.

Podem dizer o que quiserem sobre Tarantino, especialmente que seu egocentrismo salta na tela. Aqui não é diferente. Porém, a trama protagonizada por um Kurt Russell totalmente em forma como um dublê assassino de garotas nada mais é do que uma ode às mulheres, personagens que o cineasta ama como poucos. Se no primeiro ato um trio de belas jovens sensuais e com uma dose a mais de álcool é vítima do homicida, é no segundo que outras três se vingam por todas as meninas já mortas por ele. E que vingança em alto estilo!

O muscle car dirigido por Mike (personagem de Russell) acaba se tornando parte do elenco, tamanha a ferocidade com que ele aparece em tela. Às vezes parece que o próprio carro deseja mais a morte dos outros do que o próprio protagonista. Na verdade, demora um bom tempo até que o primeiro assassinato se revele. Em um fiapo de história como este, Tarantino mostra o que sabe fazer melhor: diálogos desconcertantes sobre a cultura pop que revelam um pouco da natureza humana. Ou, às vezes, nem isso, são gratuitos mesmo.

Além de toda a estética resgatada de uma época, a trilha sonora, outro fator marcante do cineasta, brilha em tela, com destaque especial para Chick Habit, de April March, que mais parece um condensador das idéias femininas do filme. À Prova de Morte, muito mais que um exercício de estilo, é pura diversão, algo que Tarantino merecia fazer – e devia ao público – após tanta vingança (mesmo com bom humor) nos dois volumes de Kill Bill (2003 e 2004).

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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