Crítica


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Sinopse

Os mistérios de uma caixa contendo filmagens aterradoras dos recém-casados Altair e Manuel.

Crítica

Nos filmes, assim como na vida, ser pego de surpresa pode ser tão recompensador quanto desesperante. Para o público, o espanto causado por 1974: A Possessão de Altair é positivo, ainda que o personagem Manuel (Rolando Breme) não possa dizer o mesmo. Casado com Altair (Diana Bovio), o cara sofre o inferno ao lado da esposa que, após sonhar com um anjo, passa gradualmente a enclausurar-se em si mesma até a catatonia.

Ao que parece, Altair estaria angelicamente possuída, o que por si só seria algo especial em se tratando de filmes de horror. Porém, o sobrenatural vai ganhando outros tons quando novos elementos são agregados à trama, como portais de tijolos negros construídos pela mulher no quarto e no porão, ou inscrições bizarras feitas a facão por ela na mesa de jantar.

Se Manuel surpreende-se com o suposto descolamento entre sua mulher e a realidade, a audiência se espanta com um twist narrativo que joga o filme em outra dimensão paranormal – amplificando o suspense na parte final do enredo.

Embalando a trama, a ótima câmera super-8 colorida granula uma direção de arte impecável. A fotografia cuidadosa completa o quadro, que varia entre o interior dessa casa meio assombrada (em paralelo com o obscuro que também habita Altair) e seu exterior de mata escura e fechada (em referência à imensidão do mundo, lugar do assustador e do inexplicável). Com referências a clássicos linha haunted house e cabin in the woods, mas sem esquecer-se de clássicos da ficção científica from outer space, o longa do mexicano Victor Dryere mostra personalidade com uma história simples criativamente filmada.

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é jornalista, doutorando em Comunicação e Informação. Pesquisador de cinema, semiótica da cultura e imaginário antropológico, atuou no Grupo RBS, no Portal Terra e na Editora Abril. É integrante da ACCIRS - Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul.
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