Filho de Roberto Farias, sobrinho de Reginaldo Faria e casado com Andréa Beltrão, Maurício Farias é, desde pequeno, um homem de cinema. É irmão dos também cineastas Mauro (O Diário de Tati, 2012) e Lui Farias (Com Licença Eu Vou à Luta, 1986) e primo do ator Marcelo Faria. Nascido no Rio de Janeiro em 1960, estreou direto na tela grande, como ator, com apenas 11 anos, em Aventuras com Tio Maneco (1971), de e com Flavio Migliaccio e com roteiro do próprio pai. Depois de um segundo – e último – trabalho como ator, no premiado Pra Frente Brasil (1982), em que participou também como editor e técnico de som, descobriu sua verdadeira paixão: a direção. Em 1984 começou a trabalhar na televisão, ao mesmo tempo em que fazia seu primeiro curta-metragem (A Espera, de 1986). A estreia cinematográfica, no entanto, veio anos depois, com o cômico O Coronel e o Lobisomem (2005). Ao realizar uma bem-sucedida versão cinematográfica do seriado A Grande Família (2007), teve seu maior sucesso de público. Isso ao menos até agora, quando lança nos cinemas de todo o país mais uma comédia, a divertida Vai Que Dá Certo. Foi sobre esse novo trabalho que o realizador conversou com exclusividade com o Papo de Cinema. Confira!

 

Olá, Maurício, tudo bem? Além de diretor, você é também co-roteirista. De onde veio a inspiração para a história de Vai Que Dá Certo?

A ideia surgiu a partir de uma história que escutei nos bastidores de uma novela que estava dirigindo na Globo. Um motorista particular de um conhecido havia cometido um assalto, tinha sido preso, condenado e estava na cadeia. O motorista era um rapaz jovem, tinha um bom salário, parecia uma boa pessoa, e provavelmente achava que poderia esconder o crime e continuar com o seu emprego. Fiquei pensando como deveria estar se sentindo essa pessoa, porque ela teria decidido se arriscar tanto, se ela estava arrependida e coisas assim. Achei que isso dava um bom ponto de partida para uma comédia de erros.

Como foi trabalhar com um elenco repleto de novos talentos da comédia nacional?

Foi maravilhoso. Já havia trabalhado com praticamente todos (menos o Felipe Abib). Com Lucio, Natalia e Danton, fiz novela, seriado, minissérie e filme. Com Bruno, Gregório e Fábio, fiz um seriado. São jovens muito experientes e extremamente talentosos.

 

Você é que tipo de diretor: aquele mais rígido e controlador, que busca dos seus atores exatamente o que estava no roteiro, ou mais leve e aberto às improvisações?

Eu busco o que for melhor para o filme e para o ator. Trabalho nos roteiros para que o ator tenha o melhor texto possível para dizer, a melhor cena para fazer. Qualquer sugestão é sempre bem-vinda desde que ela seja melhor do que a proposta do roteiro. E mesmo assim, ela será ensaiada e marcada com precisão para poder ser repetida em todos os planos necessários para se fazer a cena.

 

Antes de Vai Que Dá Certo você já havia trabalhado em comédia tanto no cinema como na televisão, principalmente no caso d’A Grande Família (2007), que experimentou os dois meios. Você tem um cuidado especial ao dirigir num meio ou noutro?

Sim. Cinema e televisão se parecem mas não são iguais. São linguagens com muitas coisas em comum mas várias vezes diferem no ritmo, na narrativa, nos enquadramentos. É preciso estar atento a essas diferenças.

Seu filme anterior foi o ótimo Verônica (2009), que no entanto possuía um registro bem diferenciado, mais denso e dramático. Porque esta volta agora à comédia?

Para mim não chega a ser uma volta a comédia porque o primeiro tratamento do roteiro de Vai Que Dá Certo foi escrito em 1999, dez anos antes do lançamento do Verônica. Eu sempre adorei comédias. Espero poder filmar muitas outras. Assim como gosto de outros gêneros, como drama ou policial.

 

O que você espera que o espectador encontre em Vai Que Dá Certo?

Algumas pitadas de suspense e ação conduzidas com muito humor e diversão.

 

(Entrevista feita por email com o cineasta no dia 21 de março de 2013)

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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