Ela é uma das atrizes mais completas do cenário artístico brasileiro. E ainda que seja presença frequente no teatro e na televisão, Dira Paes não esconde para ninguém que sua verdadeira paixão está, mesmo, é no cinema. Após estrear com apenas 15 anos na produção internacional A Floresta das Esmeraldas (1985), de John Boorman, ela tem engatado um projeto atrás do outro – até diretora de festival de cinema, em Belém, sua terra natal, ela já foi! Por seus diversos trabalhos ganhou cinco troféus Candango no Festival de Brasília, três kikitos em Gramado, foi reconhecida nos festivais do Ceará, Cuiabá, Natal e Paris, ganhou uma vez o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e três vezes o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro! Em 2014 ela esteve nas telas em uma participação discreta no infanto-juvenil O Segredo dos Diamantes, de Helvécio Ratton, que foi escolhido como Melhor Filme pelo Júri Popular no Festival de Gramado, e para este ano ela tem dois novos projetos prontos para chegar às telas: Órfãos do Eldorado, de Guilherme Coelho, exibido na última Mostra de Cinema de Tiradentes, e Encantados, de Tizuka Yamazaki. No meio de tantos compromissos, a atriz encontrou uma brecha para revelar com exclusividade para o Papo de Cinema seus filmes favoritos. Confira!

 

Seu filme favorito?
Sou bairrista, bem bairrista, então sempre vou pensar primeiro no cinema nacional. Perguntando à queima-roupa, tenho esse que é um dos meus top ten brasileiro: Iracema: Uma Transa Amazônica (1975), do Jorge Bodanzki. Gosto porque é real, mesmo sendo ficção, como se estivesse em carne viva. É um filme que me passa o cheiro, o calor, o sabor das situações que são vivenciadas na tela. Tudo você sente. Acho a interpretação da Edna de Cássia, que faz a Iracema, excepcional. É uma grande atriz, mas de apenas um filme, e por opção. Hoje em dia ela é professora, se não me engano. Mas neste filme ela entrega uma das melhores interpretações femininas do cinema brasileiro.

 

Qual filme recente você recomenda?
Um filme brasileiro que me causou estranhamento, me deixou fora do chão, e da melhor maneira possível, foi o Tatuagem (2013), do Hilton Lacerda. Achei tudo de bom, um filme que faz você esquecer que está no cinema. Me senti como se fosse uma mosca, assistindo àquilo tudo, curiosa, do lado de fora da cena, pois tudo era muito real, muito verdadeiro. É um filme que nos coloca muito dentro das cenas, como observadores daquele universo. Gostei de tudo, achei o roteiro incrível, ousado, emocionante, sensual…

 

Qual filme infantil você indica?
Participei há pouco de um filme infanto-juvenil que, quando estrar, todos devem assistir. E esse é um ano amazônico, quero ser uma agente da Amazônia, que é o grande remédio do planeta. Então, recomendo que vejam Encantados, da Tizuka Yamazaki. É um filme que, quando estrear, certamente deixará crianças e adolescentes emocionados. A Carolina Oliveira e o Thiago Martins são os protagonistas, e a história é linda. Gostei muito de fazer parte desse projeto.

 

Se sua vida fosse um filme, qual seria o título?
Titulo é uma das coisas mais difíceis para dar. Não sei o que dizer… são muitas possibilidades! A primeira que veio à minha cabeça foi E O Vento Levou, mas não foi o vento, vim com as minhas próprias pernas (risos). Deixa eu pensar um pouco… puxa, não sei dizer um novo, mas acho que ia ser… me pegou totalmente de surpresa! (chama o filho para ajudar) A Moreninha! (risos) Isso, esse seria um bom título!

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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