Sabia que ia chorar, mas fui mesmo assim. Sabia que mexeria comigo, mas sentei na poltrona numerada da confortável sala de cinema. Sabia que sairia de lá mais triste do que entrei, mas teimosa, comprei a entrada e esqueci da pipoca.

Tinha certeza que estava preparada para assistir ao filme A Culpa é das Estrelas (2014) porque, afinal de contas, é um filme para adolescentes, não? Acompanhei minha sobrinha e minha filha jorrando baldes de lágrimas por conta do livro, mas eu? Eu não. Sou mais velha, já li tudo sobre o autor dos livros que está na moda entre os mais novos, e também sabia muito bem sobre a história e o final da trama.

Então, o que poderia me surpreender? Por que eu teria medo de sair do cinema com o rosto inchado e com os olhos manchados de rímel preto? Fui assistir mais de curiosa e para escrever sobre o fenômeno literário, que está embaixo do braço de muitas adolescentes, do que propriamente pelo filme.

“okay”! Eu sabia que era uma história triste e sobre doença, mas o que mais me prendeu à tela do cinema não foram as dores, as reuniões de grupo de apoio, as idas e vindas de hospitais ou a forma como uma doença grave muda a vida de uma família inteira. O Amor foi o teor do filme. Não só o amor de pai e filho. Não só o amor de mãe que se doa inteira a um momento doloroso como esse e que mesmo assim está ali forte, firme para ficar ao lado do seu amor. O amor em todos os seus caminhos foi uma constante durante quase duas horas.

O amor entre amigos, o amor entre os jovens, o amor entre a família. O amor foi o fio condutor dessa linda história.

Um menino que se apaixona por uma menina – nada mais natural se os dois não estivessem doentes. Mas eles não deixaram a doença dominar o seu dia. Falaram de amor, de sonhos, planejaram o futuro como se mais nada importasse na vida. Um amor puro, sensível e totalmente desprovido de reservas, das mazelas que costumamos colocar no caminho sempre que a vida tenta nos mostrar o lado bom das coisas.

Um amor puro como o saborear da primeira taça de espumante. Ali foram colocadas todas as estrelas para que vocês pudessem alcançá-las. Uma das frases mais lindas desse filme.

Saí do cinema sem uma gota de água no corpo. Chorei por cada poro. Chorei de tristeza, de alegria e de saudade.

Ah o amor, que saudade do amor.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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é Relações Públicas formada pela Universidade Do Vale do Rio dos Sinos. Tem 43 anos e é mãe de Clara, uma menina ruiva, hoje com dez anos. Descobriu a paixão pelas palavras quase sem querer: foi um convite do editor de um jornal que a fez escrever seu primeiro texto. Surpreendida pelo retorno de amigos e leitores elogiando a forma leve e descontraída da escritora, decidiu investir nessa história! É autora do livro Metade de Mim, lançado pela Editora Buqui em 2013.
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