INDICADOS

 

Também conhecida como Mixagem de Som, esta categoria reúne, obviamente, os trabalhos que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas entendeu como os mais relevantes do ano. Para evidenciar um descompasso, ou, ao menos, a falta de um consenso, basta verificar os indicados da principal associação norte-americana da área, a Cinema Audio Society. Nela, figuraram Doutor Estranho (2016) e Sully: O Herói do Rio Hudson (2016), ambos preteridos pelo Oscar. Longe de ser apenas uma questão de técnica, o som possui um cunho criativo-artístico, pois elemento narrativo, muitas vezes determinante, Diferentemente da edição de som, que dá conta, basicamente, da criação de ruídos extras que nem sempre podem ser capturados a contento no set de filmagem, a mixagem se encarrega de balancear todos os sons, ajudando a estabelecer a identidade das produções. Vamos aos prognósticos.

 

 

FAVORITOS/TORCIDA: Andy Nelson, Ai-Ling Lee e Steve A. Morrow, por La La Land: Cantando Estações
A trinca incumbida do som do maior favorito do Oscar 2017 deve, realmente, levar a mais importante estatueta de Hollywood para casa. Deles, apenas Andy foi anteriormente indicado, e não poucas vezes, mais especificamente 21, tendo vencido em duas ocasiões, por O Resgate do Soldado Ryan (1998) e Os Miseráveis (2012). Portanto, os outros dois encaram, com grandes chances de vitória, sua primeira nominação ao prêmio. Um dos indicativos desse provável êxito é o fato do trio ter ganhado recentemente a láurea máxima da Cinema Audio Society, grupo de profissionais da área, que funciona como termômetro à festa do dia 26. Méritos não faltam para essa consagração.

 

AZARÕES: David Parker, Christopher Scarabosio e Stuart Wilson, por Rogue One: Uma História Star Wars
Não é muito provável que haja uma zebra nesta categoria, mas se algum time pode desbancar os três concorrentes de La La Land é o formado pelos encarregados do som desse derivado de Star Wars. Indicados igualmente à honraria da Cinema Audio Society, David Parker, Christopher Scarabosio e Stuart Wilson chegam com chances (ainda que reduzidas) à disputa do Oscar. Todos eles já foram lembrados pela Academia em mais de uma ocasião, embora somente David tenha estatuetas na estante, por O Paciente Inglês (1996) e O Ultimato Bourne (2007). E não seria nenhum absurdo esses azarões cruzarem a faixa final em primeiro, afinal de contas a aventura da equipe em busca dos planos da Estrela da Morte não seria a mesma sem a excelência da arquitetura sonora.

 

ESQUECIDOS: John Midgley, Tom Johnson e Juan Peralta, por Doutor Estranho
Num primeiro momento, o aspecto visual deste filme da Marvel sobressai aos demais. Aliás, muitos falaram da engenhosidade dos efeitos especiais, mas poucos ressaltaram a dimensão sonora, grande parte responsável pelo êxito do filme. Preteridos pela Academia, John Midgley, Tom Johnson e Juan Peralta não são exatamente novatos. Midgley já tem um Oscar, por A Invenção de Hugo Cabret (2011); Johnson tem dois, por O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991) e Titanic (1997); e Peralta, embora ainda não tenha um Oscar para chamar de seu (e não será desta vez), é um profissional experiente. Faltou tato à Academia para reconhecer esse conjunto que poderia, muito bem, competir com reais chances de vencer.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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