INDICADOS:

 

Muitos reclamam de algumas músicas-tema de filmes serem preteridas quando os indicados ao Oscar são anunciados. A indicação é feita da seguinte forma: primeiro, compositores e letristas membros da Academia pré-selecionam as canções, que devem ter sido feitas exclusivamente para as produções específicas. Após, todos os integrantes votam nas suas favoritas, chegando a até cinco indicados. Vale sempre lembrar: quem concorre não são os intérpretes, e sim os autores. Dos compositores das canções escolhidas neste ano, apenas a veterana Diane Warren já compareceu à festa. Não uma, mas outras seis vezes desde 1998, e, ainda assim, nunca levou o prêmio para casa. Porém, sua indicação parece ter sido mais por ser conhecida e para fechar o quadro do ano. Não que Grateful seja ruim, ainda mais na voz da talentosa Rita Ora, mas quase ninguém viu o filmeAlém das Luzes.

A parceria do rapper Common com o músico John Legend é a grande favorita do ano. Glory, música tema de Selma, já levou o Globo de Ouro e os prêmios da Associação de Críticos Afroamericanos e da Associação de Críticos dos EUA. Nada mal para a primeira indicação de ambos na categoria. Também estreante na festa está Shawn Patterson, conhecido compositor de vários seriados de animação televisivos, que conseguiu sua vaga por Everything is Awesome, divertida canção de Uma Aventura LEGO, música também indicada ao Grammy.

Na ala mais pop, Gregg Alexander e Danielle Brisebois foram lembrados apenas pela Academia pela bela Lost Stars, de Mesmo Se Nada Der Certo. O que conta a favor: ser mais conhecida por ter sido incluída no último álbum do Maroon 5, já que seu intérprete, o vocalista da banda, Adam Levine, é “o queridinho” dos EUA e participa do longa. Na mesma batida se encontra I’m Not Gonna Miss You, composição de Julian Raymon e do cantor country que dá o nome para o documentário Glen Campbell: I’ll Be MeO longa narra a trajetória do músico em sua última turnê. Detalhe: ele sofre do Mal de Alzheimer. A canção é excelente, mas também parece mais uma homenagem ter sido lembrada aqui. A seu favor estão também as indicações ao Grammy e ao Satellite Awards, o que pode não contar muito na hora da votação.

 

FAVORITA (E TORCIDA): Glory, de Selma

O longa de Ava DuVernay pode ter sido indicado a Melhor Filme, mas merecia ter sido lembrado em diversas outras categorias. No fim das contas, ficou só entre os oito postulantes ao grande prêmio e na categoria de Canção Original. Que modo mais fácil de coroar a produção se não escolher esta forte música como a premiada da vez? Glory é uma bela balada que mistura rap, R&B e coro gospel para emocionar e, principalmente, lembrar das injustiças cometidas pelo racismo ao longo da história dos EUA. Se a previsão estiver correta, será mais do que merecido: é questão de honra.

 

LADRÃO DE CENA: Everything is Awesome, de Uma Aventura LEGO

O filme dos bonequinhos mais famosos do mundo também foi um dos grandes injutiçados do ano ao ser “esquecido” na categoria de Melhor Animação. O que soa mais estranho ainda quando se vê que sua música-tema está aqui. A composição de Shawn Patterson não é apenas divertida e engraçada como um dos marcos da produção. Daquelas letras simples que grudam como chiclete na mente. Isto que o longa estreou há quase um ano já. E, justamente por estes motivos, pode roubar a cena no dia do Oscar.

 

AZARÃO: Lost Stars, de Mesmo Se Nada Der Certo

Não que as músicas de Diane Warren e Glenn Campbell não pudessem estar aqui também, mas a canção interpretada por Adam Levine não foi lembrada em mais nenhuma premiação. Por outro lado, o vocalista do Maroon 5 é um dos galãs da música mundial, além de ser bom músico e ter participado do longa atuando (e bem), o que pode render votos entre os membros da Academia. Não seria nenhuma injustiça se o voto fosse APENAS pela música, que é muito bonita, realmente.

 

ESQUECIDO: Big Eyes, de Grandes Olhos

Definitivamente, a Academia deve ter algo contra Lana Del Rey. No ano passado, a exclusão da grandiosa Young and Beautiful, de O Grande Gatsby, até pode ser ter sido compreendida por problemas da autoria da gravação, se seria predestinada apenas ao filme ou ao novo álbum da cantora. Porém, a triste Big Eyes, tema do filme homônimo, mostra todo o poder vocal de Lana, além de ser uma composição triste que se conecta de forma direta ao tema do longa. Uma grande pena, pois, mais uma vez, poderia ser a favorita da vez. Tremenda injustiça.

 

Confira todos os indicados e as chances de vitória de cada um no nosso Especial Oscar 2015

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é crítico de cinema, apresentador do Espaço Público Cinema exibido nas TVAL-RS e TVE e membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista e especialista em Cinema Expandido pela PUCRS.
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