INDICADOS

  • Aya
  • Boogaloo and Graham
  • Butter lamp (La lampe au beurre de Yak)
  • Parvaneh
  • The Phone Call

 

A lista dos indicados ao Oscar de Melhor Curta-Metragem de Ficção deste ano fala diversas línguas, ao contrário das irmãs principais que raramente contemplam algum filme não falado em inglês.  De Israel vem Aya, dos diretores Oded Binnun e Mihal Brezis, sobre a mulher que se passa por motorista de um professor de música. Boogaloo and Graham, um dos representantes britânicos, dirigido por Michael Lennox e montado pela brasileira Lívia Serpa, é centralizado em dois irmãos que criam galinhas de estimação. O chinês Butter lamp (La lampe au beurre de Yak), do diretor Wei Hu, fala de imagem e permanência, em meio à história do jovem fotógrafo que tenta convencer camponeses tibetanos a serem registrados. Em Parvaneh, filme suíço do realizador Talkhon Hamzavi, o personagem principal é um imigrante afegão em busca de asilo nos Alpes. Fechando a lista, outro trabalho do Reino Unido, The Phone Call, de Mat Kirkby, no qual se estabelece uma forte relação entre a atendente de um disque-ajuda e o senhor que necessita de apoio.

  

FAVORITO e TORCIDA: The Phone Call, principalmente porque ganhou vários prêmios em festivais e por contar com uma dupla conhecida e respeitada de atores: Sally Hawkins e Jim Broadbent. Vem sendo muito elogiado pela maneira sensível com que aborda temas espinhosos como a solidão e a morte, e comparado a Amor (2012), vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2013, em virtude não apenas da similaridade das tramas, mas, e principalmente, do registro que igualmente ressalta a força dos laços humanos, mesmo quando as pessoas se encontram em situação de desespero. Embora muitos possam torcer o nariz para o filme justamente por ele ter maior estrutura de produção – numa reação à la David vs, Golias – torço para que a estatueta acabe mesmo nas mãos do curta de Mat Kirkby, que vem angariando elogios por onde passa, além de contar com os talentosos Hawkins e Broadbent, dois intérpretes de exemplar entrega, independentemente do formato, seja em curta ou longa-metragem.

 

 

AZARÃO: Vai ser uma zebra danada, mas, correndo por fora com mais fôlego surge Aya, que pode realmente surpreender quem já dá como certa a vitória de The Phone Call. É bom lembrar que a categoria Melhor Curta-Metragem de Ficção é uma das mais, senão a mais, imprevisíveis de toda premiação da Academia. Portanto, em eventuais bolões, convém não apostar todas as fichas numa certeza por aqui, porque, na verdade, todos passam de virtuais favoritos a azarões num piscar de olhos.

 

ESQUECIDO: Hora de puxar a brasa para a nossa sardinha. O maior preterido da categoria de curta-metragem este ano é O Caminhão do Meu Pai, coprodução Brasil/Vietnã dirigida pelo paulista Mauricio Osaki. Filmado no país asiático, com equipe técnica brasileira e elenco local, conta a história de uma menina que ajuda o pai a transportar agricultores pelos campos de arroz. Ela aprende um pouco mais a respeito da vida na boleia do caminhão, em contato com a estrada e com a outra atividade do pai: recolher cachorros para levá-los a um abatedouro. Infelizmente, mesmo que tenha ficado entre os dez finalistas, O Caminhão do Meu Pai não teve fôlego suficiente para emplacar uma vaga na lista final.

 

Confira todos os indicados e as chances de vitória de cada um no nosso Especial Oscar 2015

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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