Filmes-catástrofe não são novidade. Muitos espectadores gostam de conferir a Terra sendo chacoalhada ficcionalmente por terremotos, maremotos, entre outros fenômenos, naturais ou não, que ameaçam a vida no planeta. Para os apreciadores do gênero, quanto mais grandiloquente melhor a tragédia. Terremoto: A Falha de San Andreas (2015) chegou há pouco às telonas mostrando o apelo dessas produções junto ao público. Dwayne Johnson interpreta um piloto de helicóptero que busca desesperadamente salvar a família, seja do acontecimento decorrente da falha geológica na Califórnia ou mesmo da desestruturação que ameaça sua continuidade. Entretenimento de qualidade? Filme-pipoca esquecível? Para debater sobre o longa dirigido por Brad Peyton, chamamos ao Confronto da semana os críticos Matheus Bonez e Yuri Correa, respectivamente defensor e atacante. Confira e não deixe de opinar.

 

A FAVOR :: Diversão escapista de boa qualidade”, por Matheus Bonez
Impossível pensar num filme-catástrofe e não pensar numa… catástrofe. É redundante, mas verdadeiro. Afinal, quanta porcaria do gênero já foi e continua sendo lançada todo ano? Mas, Terremoto: A Falha de San Andreas possui o principal ponto favorável de qualquer produção dessas: não se leva a sério. Ok, tem a historinha da família do protagonista que está se separando, sendo o desastre na cidade uma metáfora óbvia e nonsense disso, já que a missão principal é reunir todos. Mas há muito mais em jogo. A ação é ininterrupta, o cientista vivido por Paul Giamatti tem uma explicação relativamente plausível para o fenômeno, e os efeitos especiais pipocam na tela tornando o terremoto gigantesco, assustador e verdadeiro. Não faltam mortes, de gente soterrada ou atingida por objetos e prédios destruídos pela força gravitacional. A despeito de alguns diálogos bobos, chega até a ser realista. É um entretenimento de massa puro e não quer ser mais que isso. Para quem gosta de boas explosões, tsunamis, correrias e, é claro, da terra tremendo, aqui não há do que reclamar. Só entrar na onda por duas horas e sair do cinema grato por haver diversão escapista de boa qualidade.

CONTRA :: “Se leva a sério demais”, por Yuri Correa
Ao contrário do guilty pleasure 2012 (2009), por exemplo, que justificava suas falhas com uma trama divertida e cheia de energia, aqui é tudo mal trabalhado ao ponto da estrutura do roteiro clichê ficar horrivelmente exposta aos olhos do espectador que, assim, consegue prever piadas, elementos do “drama” e frases de efeito, muito antes de tudo acontecer. Na toada das inconsistências, um personagem que não teve tempo suficiente em tela vai salvar uma menininha logo antes de morrer para que sintamos sua falta. Não sentimos. Um casal de idosos se abraça antes que um enorme tsunami os atinja em cheio, para que nos identifiquemos com a tragédia. Não nos identificamos. É tudo posicionando de maneira tão artificial quanto os efeitos visuais, estes que já não impressionam mais ninguém depois de todos os filmes do próprio Roland Emmerich e dos Transformers. Falando em Michael Bay, parece que os realizadores não assistiram a Sem Dor, Sem Ganho (2013) e não perceberam que Dwayne Johnson funciona muito melhor descontraído. Terremoto: A Falha de San Andreas se leva a sério demais para um filme que, entre outras coisas, traz o herói socando a vida de volta aos pulmões de uma menininha.

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