Segunda parte da adaptação do sucesso literário de Veronica Roth ao cinema, A Série Divergente: Insurgente (2015) chegou com fôlego novo na direção: saiu Neil Burger, responsável por Divergente (2014), e entrou Robert Schwentke. A missão era dar sequência à franquia infantojuvenil estabelecida pelos quase 300 milhões de dólares que aventura inicial arrecadou. Para Hollywood, contra o sucesso de bilheteria não há argumentos. Mas, embora alguns encarem os filmes protagonizados pela rebelde Tris (Shailene Woodley) como caça-níqueis formatados à imagem e semelhança de tantos outros preocupados apenas em faturar, muitos entendem corajosa sua abordagem de questões como controle, opressão e insurreição, sobretudo visando uma faixa etária geralmente alvejada por bobagens. Portanto, a discussão está em voga. No Confronto da semana, enquanto Conrado Heoli ataca, Edu Fernandes defende A Série Divergente: Insurgente. E você, o que acha da continuação?

 

A FAVOR :: Proposta ousada, quando se considera que a produção busca ecoar junto ao público jovem“, por Edu Fernandes
Desde o sucesso da franquia Harry Potter (2001-2011), os grandes estúdios sonham em achar outra fonte de rendimentos semelhante. Por isso, tem-se uma infinidade de adaptações cinematográficas de séries de livros juvenis. Muitos não conseguem deslanchar e ficam apenas com o primeiro capítulo, mas Divergente foi triunfante o suficiente para firmar uma franquia. Em A Série Divergente: Insurgente, a produção segue os ditames do blockbuster hollywoodiano para ter resultados ainda melhores. Por se tratar de uma segunda parte, como acontece nos filmes de super-herói, o roteiro pode se dedicar mais a seus personagens, sem se preocupar em explicar o universo no qual os conflitos se desenrolam – essa tarefa foi tomada pelo primeiro filme. Com mais energia no drama em si e com um público que já entra cativado na sala de projeção, as coisas ficam mais fáceis. Assim, Insurgente reafirma seus pontos fortes e dá espaço para que os personagens demonstrem suas falhas. O que se tem é uma trama sobre a quebra do status quo por pessoas que estão longe de serem perfeitas. Essa proposta é ousada, quando se considera que a produção busca ecoar junto ao público jovem. Só por isso, já vale a pena.

CONTRA :: “A pretensa aventura transmite tédio”, por Conrado Heoli
Abnegação, Franqueza, Amizade, Erudição e Audácia são as cinco facções que regem o universo da série Divergente, porém a adaptação cinematográfica da trilogia literária de Veronica Roth não parece considerar muitos valores além da ganância. Lançada em meio ao boom de franquias adolescentes, entre opções similares interessantes como Jogos Vorazes (2012) e questionáveis como Crepúsculo (2008), a saga chega ao seu segundo episódio sem muito a dizer ou mostrar, numa mera transição entre o início e fim da série que se supõe divergente, mas é um mais do mesmo enfadonho e pouco criativo. Este A Série Divergente: Insurgente tenta engatar um raso enredo para preencher suas duas horas de duração, enquanto se apoia num MacGuffin bobo que já envergonhou Luc Besson em O Quinto Elemento (1997) e que serve apenas para revelar algo já previsível desde o primeiro filme. Como se já não bastasse, há novamente a monocórdica interpretação de Shailene Woodley e a canastrice de Theo James, além de Kate Winslet e Miles Teller evidentemente deslocados. No fim da projeção, é possível perceber que as cinco facções de Divergente também estão distantes do que esta pretensa aventura transmite ilimitadamente: tédio.

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