Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, neste 08 de março, o Papo de Cinema resolveu dar uma volta ao mundo e destacar os maiores talentos femininos de cada continente. Neste passeio iremos fazer 10 paradas, começando pela África, Austrália e América, seguindo para a Europa e finalizando na Ásia. A seleção foi difícil – era preciso escolher apenas uma grande intérprete viva de cada país – mas essa era a proposta: traçar um painel global das atrizes mais destacadas em cada região, mostrando como começaram e quais foram os papéis de as consagraram – não apenas no país de onde vieram, mas também internacionalmente. Confiram!

 

 

ÁFRICA DO SUL: Charlize Theron
Nascida no dia 07 de agosto de 1975 e criada em uma fazenda próxima à Benoni, na África do Sul, Charlize Theron estudou balé na infância, o que a levou a se mudar para Nova York na adolescência para fazer parte da companhia Joffrey Ballet. Ao machucar o joelho, teve que interromper a carreira na dança, porém começou a atuar como modelo. Aos 18 anos foi levada pela mãe para morar em Los Angeles e tentar a sorte na indústria do cinema. Depois de oito meses conseguiu seu primeiro papel em The Wonders: O Sonho Não Acabou (1996), estreia na direção de Tom Hanks, mas foi chamar atenção mesmo somente no ano seguinte, ao lado de Keanu Reeves e Al Pacino no sucesso O Advogado do Diabo (1997). Já recebeu diversas indicações ao Oscar, tendo ganho como Melhor Atriz em 2003 por Monster: Desejo Assassino (2003). Recentemente, esteve presente nos campeões de bilheteria Prometheus (2012) e Branca de Neve e o Caçador (2012)!
Filme imprescindível: Monster: Desejo Assassino (2003)

 

 

AUSTRALIA: Cate Blanchett
Catherine Elise Blanchett nasceu no dia 14 de maio de 1969 em Melbourne, uma das maiores cidades da Austrália, filha de mãe australiana e pai americano. Formada pelo Instituto Australiano de Artes Dramáticas, conquistou respeito do público e da crítica primeiro nos palcos e na televisão, antes de estrear no cinema em 1997 com o filme Um Canto de Esperança, ao lado de Glenn Close e Frances McDormand. Logo no ano seguinte recebeu sua primeira indicação ao Oscar, como Melhor Atriz por Elizabeth (1998). A primeira vitória, no entanto, veio apenas na indicação seguinte, como Atriz Coadjuvante por O Aviador (2004), e desde então já ficou entre as melhores atrizes do ano em outras tantas ocasiões – tendo ganho novamente, agora como Atriz principal, por Blue Jasmine (2013). Foi premiada também cinco vezes pelo Australian Film Institute, três vezes no BAFTA, ganhou três Globo de Ouro e também o Festival de Veneza, por Não Estou Lá (2007). Um dos seus trabalhos mais marcantes junto ao público é como a elfa Galadriel nas trilogias O Senhor dos Anéis e O Hobbit, ambas de Peter Jackson.
Filme imprescindível: Blue Jasmine (2013)

 

 

BRASIL: Fernanda Montenegro
Arlette Pinheiro Esteves da Silva – ou apenas Fernanda Montenegro, que é como o mundo inteiro a conhece – nasceu no Rio de Janeiro no dia 16 de outubro de 1929. O nome artístico surgiu de uma combinação no mínimo curiosa: “Fernanda” lhe soava bem, e “Montenegro” era o sobrenome do médico de sua família! Após trabalhar por anos no teatro e em rádio, Fernanda participou do início da televisão brasileira, se consagrando logo como uma estrela das telenovelas. Seu primeiro filme foi A Falecida (1965), quando ganhou o candango de Melhor Atriz no Festival de Brasília. Foi premiada também em Recife (por O Outro Lado da Rua, 2004) e em Gramado (Troféu Oscarito, em 2011). Nas década seguintes alternou sua dedicação profissional entre cinema, televisão e teatro. O reconhecimento internacional veio somente no final do século passado, com Central do Brasil (1998), que lhe deu os prêmios de Melhor Atriz no Festival de Berlim e no National Board of Review (EUA), além de indicações ao Globo de Ouro e ao Oscar!
Filme imprescindível: Central do Brasil (1998)

 

 

ESTADOS UNIDOS: Meryl Streep
Mary Louise Streep nasceu em New Jersey no dia 22 de junho de 1949, e é considerada hoje em dia a maior atriz viva. Seu primeiro filme foi Julia, em 1977, e no ano seguinte recebeu sua primeira indicação ao Oscar, como Melhor Atriz Coadjuvante por O Franco-Atirador (1978). É a recordista de indicações ao prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, tendo atingido a marca histórica de 18 indicações e três vitórias: Atriz Coadjuvante por Kramer vs. Kramer (1979) e Atriz Principal por A Escolha de Sofia (1982) e por A Dama de Ferro (2011). Consagrada também na televisão (ganhou 2 Emmys) e no teatro, é casada desde 1978 com o escultor Don Gummer e possui quatro filhos, entre eles a também atriz Mamie Gummer. Possui ainda 2 BAFTA, 8 Globos de Ouro e 4 National Board of Review, além de ter sido premiada nos festivais de Berlim (As Horas, 2002) e de Cannes (Um Grito no Escuro, 1988).
Filme imprescindível: A Escolha de Sofia (1982)

 

 

MÉXICO: Salma Hayek
A pequena notável! Essa alcunha poderia servir também para Salma Valgarma Hayek-Jimenez, nascida no dia 02 de setembro de 1966 em Coatzacoalcos, México. Com apenas 1,57m de altura, é atualmente a mais popular estrela mexicana de todo o mundo. Sua carreira começou após estudar em um convento em Nova Orleans, nos Estados Unidos, e na Universidade Iberoamericana da Cidade do México. Seu primeiro papel de destaque foi na televisão, como a personagem-título da telenovela Teresa, em 1989. O primeiro longa no cinema a chamar atenção internacional foi A Balada do Pistoleiro (1995), ao lado de Antonio Banderas. O respeito da crítica, no entanto, veio anos depois com o projeto pessoal Frida (2002), pelo qual foi indicada ao Oscar, ao Globo de Ouro e ao BAFTA como Melhor Atriz. A associação dos críticos de cinema do México a premiou como Revelação do Ano por O Beco dos Milagres (1995), desempenho que lhe rendeu também uma indicação ao Ariel (o Oscar mexicano). Foi indicada ainda ao Goya (o Oscar espanhol) por La Chispa de la Vida (2011).
Filme imprescindível: Frida (2002)

 

 

ESPANHA: Carmen Maura
Descendente do conservador político espanhol Antonio Maura, Carmen García Maura nasceu no dia 15 de setembro de 1945 em Madri, capital espanhola. Após se consagrar nos palcos e na televisão, teve seu primeiro papel de destaque no cinema em Tigres de Papel (1977). Na década seguinte virou musa de um dos maiores cineastas espanhóis de todos os tempos, Pedro Almodóvar, tendo aparecido em diversos filmes dele, sendo o mais importante Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988), que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e pelo qual ganhou como Melhor Atriz no European Film Awards e o seu primeiro Goya (foi premiada mais três vezes), além do Festival de Veneza. Foi escolhida Melhor Atriz também pela União dos Atores Espanhóis (A Comunidade, 2000) e como Atriz Coadjuvante no César (As Mulheres do Sexto Andar, 2010), além de ter ganho o Festival de Cannes por Volver (2006).
Filme imprescindível: Mulheres À Beira de Um Ataque de Nervos (1988)

 

 

FRANÇA: Catherine Deneuve
Uma das mais respeitadas e belas atrizes francesas de todos os tempos, Catherine Fabienne Dorléac nasceu no dia 22 de outubro de 1943 em Paris – o sobrenome Deneuve veio do nome de solteira da mãe. Foi casada apenas uma vez, com David Bailey, mas manteve longas relações com o diretor Roger Vadim e com o ator Marcello Mastroianni, com os quais teve filhos. Um dos seus primeiros filmes foi o emblemático Os Guarda-Chuvas do Amor (1964), que recebeu cinco indicações ao Oscar e ganhou a Palma de Ouro em Cannes. Esteve também em títulos marcantes, como Repulsa ao Sexo (1965), A Bela da Tarde (1967) e Dançando no Escuro (2000), entre tantos outros. Seu papel de maior destaque internacional foi em Indochina (1992), filme que ganhou o Oscar e o Globo de Ouro de longa estrangeiro e que lhe rendeu sua única indicação ao prêmio máximo do cinema mundial. No entanto, foi premiada nos festivais de Cannes, Berlim e Veneza, além de ter recebido dois César (o Oscar da França).
Filme imprescindível: A Bela da Tarde (1967)

 

 

INGLATERRA: Maggie Smith
Margaret Natalie Smith nasceu no dia 28 de dezembro de 1934 em Essex, na Inglaterra. Atualmente viúva, foi casada duas vezes, com o ator Robert Stephens e com o escritor Beverley Cross. Tem dois filhos, entre eles o ator Toby Stephens. Dama do império britânico, teve seu primeiro papel no cinema foi em 1956, e desde então já marcou presença em mais de 70 filmes e produções para a televisão. Foi indicada seis vezes ao Oscar, tendo ganho em duas ocasiões: Melhor Atriz por Primavera de uma Solteirona (1969) e Melhor Atriz Coadjuvante por California Suite (1978). Continua popular até hoje pelo papel recorrente da Professora Minerva que teve nos oito filmes da saga Harry Potter.
Filme imprescindível: California Suite (1978)

 

 

ITÁLIA: Monica Bellucci
Monica Anna Maria Bellucci nasceu no dia 30 de setembro de 1964 na vila Città di Castello, na região de Umbria, no interior italiano. Após atuar alguns anos como modelo, estreou no cinema com o pé direito sob o comando de Francis Ford Coppola em Drácula de Bram Stoker (1992). No entanto, foi chamar atenção mesmo quase 10 anos depois, ao aparecer no elogiado longa italiano Malèna, de Giuseppe Tornatore, que recebeu duas indicações ao Oscar. Desde então Bellucci já foi indicada ao César e ao David di Donatello (o Oscar da Itália), além de ter marcado presença em títulos badalados como Matrix Reloaded (2003), A Paixão de Cristo (2004) e o recente As Idades do Amor (2011). É casada com o astro francês Vincent Cassel.
Filme imprescindível: Malèna (2000)

 

 

MALÁSIA: Michelle Yeoh
Nascida Chu-Kheng Yeoh no dia 06 de agosto de 1962 na pequena cidade de Ipoh, no oeste malasiano, com quatro anos se mudou para Londres, onde estudou dança na Royal Academy. No início dos anos 1980 foi eleita Miss Malásia, e logo depois teve seu primeiro trabalho como atriz, ao lado de Jackie Chan. Em sua carreira já foi indicada ao BAFTA e premiada no Asian Film Awards. O primeiro trabalho de destaque internacional foi como bondgirl em 007: O Amanhã Nunca Morre (1997), que abriu as portas de Hollywood para se consagrar em épicos como O Tigre e o Dragão (2000), Memórias de uma Gueixa (2005) e o recente Além da Liberdade (2011).
Filme imprescindível: O Tigre e o Dragão (2000)

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
avatar

Últimos artigos deRobledo Milani (Ver Tudo)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *