Richard Linklater tem tudo para conseguir sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Direção com o seu sensível Boyhood: Da Infância a Juventude. Se existe um nome certo para esta categoria no prêmio da Academia seria o do cineasta – que já apareceu na festa, lembrado pelos seus roteiros. Linklater saiu com o Urso de Prata de Melhor Diretor no Festival de Berlim no ano passado e tem sido premiado por quase todas as associações de críticos dos Estados Unidos, com destaque para Austin, Boston, Detroit, Nova York e Seattle. Além disso, foi indicado ao Globo de Ouro, ao Critics Choice Awards e ao Independent Spirit Awards.

Quem pode estragar a festa do diretor de Boyhood é Alejandro González Iñarritú, responsável pelo elogiadíssimo Birdman. O cineasta mexicano levou a melhor em alguns prêmios de associações de críticos, como Dallas, St. Louis e Utah, e concorre também ao Globo de Ouro, ao Critics Choice Awards e ao Independent Spirit Awards. Diferente de Linklater, Iñarritú já foi indicado ao Oscar como diretor pelo seu trabalho em Babel (2007). Caso seja indicado e vença, se juntará ao amigo Alfonso Cuarón, que levou a estatueta este ano por Gravidade (2013), virando o segundo latino a receber esta distinção da Academia.

Ainda com chances neste balaio, mas tendo perdido um pouco de sua força desde a estreia, está David Fincher pelo seu competente trabalho em Garota Exemplar. O diretor já foi lembrado pela Academia duas vezes (por O Curioso Caso de Benjamin Button, 2008, e A Rede Social, 2010) e agora briga pela terceira indicação, sem muitas chances de prêmio. Por Garota Exemplar, Fincher foi indicado (e perdeu) em quase todas as associações de críticos dos Estados Unidos e também está na disputa pelo Globo de Ouro e pelo Critics Choice Awards.

Assim como Linklater, Wes Anderson pode aparecer pela primeira vez como indicado a Melhor Diretor, após já ter comparecido à festa com seus roteiros. Em O Grande Hotel Budapeste, o cineasta chega ao ápice do seu cinema milimetricamente pensado, tendo recebido os louros do júri no Festival de Berlim, além de ter sido lembrado pelas associações de críticos dos Estados Unidos. Como todos desta lista, foi indicado ao Globo de Ouro e ao Critics Choice Awards.

É sempre bom lembrar que a Academia tem surpreendido nos últimos anos, escolhendo alguns nomes menos óbvios para fechar suas cinco indicações. Como temos de 5 a 10 indicados em Melhor Filme e apenas cinco vagas para a categoria de direção, alguns profissionais importantes acabam ficando de fora e outros, com menos nome, invadem a lista sem maiores cerimônias. Neste ano, uma das surpresas pode ser Ava DuVernay, diretora de Selma. Se confirmada, a cineasta seria apenas a quinta mulher a ter uma indicação e a primeira afro-americana nesta categoria a ser lembrada pela Academia. Outro que pode aparecer correndo pro fora é Damien Chazelle, por Whiplash: Em Busca da Perfeição, seu segundo filme como diretor.

Nomes conceituados ou mais conhecidos como Clint Eastwood, por Sniper Americano, Angelina Jolie, por Invencível, Mike Leigh, por Sr. Turner, Bennett Miller, por Foxcatcher, e Rob Marshall, por Caminhos da Floresta, são azarões. Mais fácil seria a entrada de Morten Tyldum por O Jogo da Imitação ou James Marsh por A Teoria de Tudo, dois títulos que postulam forte para a categoria principal.

Um dos principais faróis para os indicados da Academia, o prêmio do Sindicato dos Diretores, DGA Awards, revelará sua lista de notáveis no dia 13 de janeiro.

 

CERTEZAS:

 

QUASE CERTEZAS:

 

UMA VAGA, MUITOS NOMES:

 

AZARÕES:

 

MERECIA, MAS NÃO VAI LEVAR:

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é crítico de cinema, membro da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Jornalista, produz e apresenta o programa de cinema Moviola, transmitido pela Rádio Unisinos FM 103.3. É também editor do blog Paradoxo.
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